Não podemos ignorar o quanto a classe dos juízes tem tido uma intervenção ativa e nada inocente na vida política portuguesa dos últimos anos.
Hostilizando ativamente o Partido Socialista, que tem tido diversas decisões judiciais sucessivamente tomadas contra alguns dos seus antigos membros do governo de José Sócrates, essa corporação apostou fortemente na possibilidade de garantir a satisfação do Estatuto há muito reclamado pelos seus membros durante a presente legislatura. Não só conseguiria melhorar significativamente os níveis de remuneração como acentuaria a tendência judicialista anunciada pelo anterior líder da sua Associação, que anunciou a iminência de uma supremacia política da classe sobre quem exerceria o poder executivo e legislativo.
Compreende-se, pois, o quanto se sentem defraudados com a indiferença da ministra (paula teixeira da cruz) às suas reivindicações, queixando-se de “desconsideração intolerável”. Por isso anunciaram, agora, o corte definitivo de relações.
Paradoxalmente vão ter, muito provavelmente, de prosseguir negociações com um governo socialista, que terão procurado a todo o custo evitar…
São as malhas que o Império tece...
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