Saiu mais uma sondagem sobre as intenções de voto para as legislativas e os meios de comunicação pertencentes a balsemão, responsáveis pela sua encomenda, logo enalteceram a redução da distância entre o PS e a coligação PAF.
Para os produtores de conteúdos informativos ao serviço dos interesses do fundador do PSD o importante é passar duas mensagens: a primeira a de que nem tudo está ainda definitivamente perdido para a direita; a segunda em como, mesmo derrotada, a direita poderá contar com os seus aliados do costume - particularmente o PCP -, para bloquear a implementação do programa recentemente anunciado por António Costa. E Jerónimo de Sousa lá vai demonstrando nos seus discursos em como se sente bem mais confortável com a direita no poder do que com o Partido Socialista, que tudo fará por derrotar.
A sondagem, porém, diz bem mais do que nela se quer enfatizar. Conclui-se, por exemplo, que o secretário-geral do PS está a subir no barómetro, estando a mais de 20 pontos de distância de passos coelho. E, sobretudo, quando inquiridos acerca da confiança que têm nas propostas do PS e do PSD 42,9% dos portugueses acreditam nas do PS, enquanto apenas 24,6% se reveem nas da coligação de direita.
Estes dois indicadores, secundarizados no âmbito da divulgação da notícia, são, porém, os mais importantes. Porque indiciam uma tendência, que se sabe bem como costuma funcionar à última da hora: não só muitos dos que, para a sondagem, assumem o apoio no PCP, no Bloco, no Livre ou no PDR, quando chegam à urna para depositar o seu voto, tendem a apostar no voto útil, ou seja aquele que dando a vitória a quem irá ganhar, creem que facilitará a mudança desejada. E, para esse empolamento efetivo dos votos no partido com perspetiva para ser mais votado também concorre a arte bem portuguesa de querer integrar o grupo dos que vencem.
É, por isso mesmo que, a pouco mais de cem dias das eleições, ainda aposto na forte possibilidade de uma maioria absoluta para o Partido Socialista. Tanto mais que a campanha eleitoral tenderá a comprovar a razão de ser do ditado popular: candeia que vai à frente alumia sempre duas vezes.
Está em nós garantir que, até ao dia decisivo, essa dinâmica de vitória se acelere...
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