Pela amostra do que se passou na semana passada o período de sete meses até às próximas legislativas será caracterizado por uma sucessão de momentos difíceis para o governo e para o principal partido da oposição.
Recordemos que, quando tudo parecia tender para uma semana favorável a António Costa - o relatório da União Europeia a colocar Portugal sob vigilância apertada demonstrava bem como de nada servira a triste figura de maria luís ao lado de schäuble, já que a empurravam para a fila dos «cábulas» - a máquina de propaganda do governo fez sair da manga a gravação do encontro com os chineses obtida três dias antes e deu-lhe um conteúdo assaz diverso do que realmente continha.
Se havia dúvidas, elas ficaram desfeitas: recorrendo aos ensinamentos de goebbels a direita tudo fará para que o eleitorado se iluda com o pretenso sucesso da sua receita de austeridade e com a “falta de propostas” do líder socialista. Uma mensagem repetida até à exaustão a ver se chega a pegar!
Apesar das denúncias de Tsipras sobre o comportamento vergonhoso dos governos de Lisboa e de Madrid na última cimeira do Eurogrupo, a semana passou a favorecer passos coelho, que até se permitiu desejar a maioria absoluta na entrevista dada ao «Expresso».
Eis que o «Público» trouxe a revelação da dívida à Segurança Social e logo passos coelho ficou na defensiva ao ter de justificar o injustificável.
Temos novo ciclo de sete dias a iniciar-se com António Costa a marcar pontos com a sua comparação de desempenho relativamente à do primeiro-ministro, quanto às respetivas dívidas. Quem insistir no argumento da indefinição dos socialistas em relação aos compromissos com os credores só tem de ser endossado para esse saber de experiência feito.
Ademais as propostas concretas vão ganhando expressão mais definida nas sucessivas intervenções do secretário-geral socialista: “Apresentámos a estratégia nacional de combate à pobreza infantil e juvenil, que é o segmento da sociedade onde a pobreza mais aumentou. Apresentámos as políticas ativas de emprego, dirigidas aos jovens mais qualificados, de modo a integrá-los nas empresas do sector exportador, de forma a reforçar a produtividade e a competitividade. Apresentámos a proposta de dinamizar sectores com capacidade para absorver a mão-de-obra intensiva, como sejam a reabilitação urbana, na construção; a redução do IVA na restauração”.
Mas a semana ainda mais em alta terminou com os compromissos de, até ao fim da próxima legislatura, garantir uma Loja do Cidadão em cada concelho do país e nele realizar os julgamentos que dizem respeito a quem o habita. Soluções concretas para facilitar a vida quotidiana dos portugueses, enleados nos labirintos administrativos e judiciais.
Bem pode passos coelho sonhar com “empates técnicos” nas sondagens, que a verdadeira consulta aos eleitores tratará de o relegar para onde merece: para o tal caixote do lixo da História donde nem sequer como zombie consiga regressar...
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