É lamentável ter de o concluir, mas aquela sensação de injustiça, que tínhamos ao percorrer o Museu Britânico em Londres, o Metropolitan de Nova Iorque ou o Louvre em Paris em como as peças oriundas do Médio Oriente não deveriam ali estar, porque justificava-se o seu regresso aos espaços geográficos donde haviam sido retiradas, deixou de fazer qualquer sentido.
Enquanto destruições como a de Bamyan (no Afeganistão) ou a de Nimrud, agora verificada no Iraque, permanecerem na nossa memória dificilmente voltaremos a esse pensamento politicamente correto.
Os europeus ou os norte-americanos acabam por ser os melhores zeladores do património civilizacional da Humanidade. Porque, desde os autos-de-fé nazis, que a cultura não é aqui sujeita à barbárie da sua negação.
Ainda assim não podemos esquecer a responsabilidade inquestionável do idiota primogénito da dinastia Bush na criação das condições para o surgimento deste fanatismo religioso. Alguma vez o Iraque de Saddam Hussein toleraria um crime desta natureza? E os que acusam Assad de crimes contra o seu povo bem poderão pôr na balança os que se lhe podem imputar em comparação com os que se perderam como corolário terrível da “primavera” ali tão incensada.
Desde o apoio de Reagan aos que combateram a invasão soviética do Afeganistão, que todas as opções do Pentágono e da Casa Branca se saldaram por autênticos terramotos humanitários. Muito embora os donos da indústria de armamento sejam exatamente da opinião oposta...
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