1. Deste sábado fica mais um testemunho importante de quem olha com sérias reservas para a Justiça em Portugal. Discursando no Congresso da Cidadania, Garcia Pereira considerou que, ao contrário do que ainda há pouco defendia a sua ex-camarada maria josé morgado, “o 25 de Abril nunca entrou verdadeiramente no sistema de justiça"
Muito trabalho será necessário investir nos próximos anos para evitar que a Justiça portuguesa, além dos crónicos problemas com a morosidade com que os processos se arrastam, seja iníqua e pouco transparente.
Há, sobretudo, que limpar a Justiça do tipo de juízes e procuradores, de quem foram recentemente divulgados comentários de cariz terrorista para com políticos e comentadores conotados com a área socialista.
2. Na sua crónica semanal no «Expresso», Pedro Adão e Silva alerta para outro sério problema com que o futuro governo liderado por António Costa irá enfrentar. É que, enquanto nos vamos distraindo com a mais do que comprovada evasão contributiva de passos coelho, ele está a dar os últimos retoques na sua mais ambiciosa reforma estrutural: a degradação irreversível da Administração Pública, que passou a ser ineficiente, desmotivada e liderada duradouramente pelos boys e girls do PSD e do CDS, que estão a ser aceleradamente nomeados para cuidarem de sabotar por dentro as políticas, que os diversos ministérios quererão implementar.
3. Outro dos obstáculos, que passos coelho ainda se encarregará de deixar para quem lhe vai suceder, será a do novo governador do Banco de Portugal. Como o mandato de carlos costa vai concluir-se este verão, será expetável que, sem ponta de vergonha, este governo trate de nomear o seu sucessor sem atender à proposta ontem feita por António Costa quanto a um novo modelo de designação desse alto responsável pela regulação do nosso sistema financeiro.
Muitos serão os trabalhos de António Costa para vencer o hercúleo desafio de transformar o país de forma a libertá-lo do austericídio a que foi sujeito.
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