Chego à conclusão, que estou a viver neste sábado uma peculiar consonância com quem estou quase sempre em desacordo. Foi o que aconteceu com a coluna de Altos e Baixos do «Expresso», desta feita assinada por Bernardo Ferrão.
De facto ao elogiar a forma como António Costa geriu todo o imbróglio de passos coelho relativamente à sua evasão contributiva, o jornalista enquadra-se no que eu próprio pensei, em dessintonia com Manuel Alegre ou Alfredo Barroso cujo apelo à demissão do faltoso faria sentido em teoria, mas nunca na prática.
É que este assunto constitui oportunidade lapidar para fazer destes oito meses até às legislativas um autêntico martírio para o primeiro-ministro, que dificilmente conseguirá eximir-se à exposição de outra das suas fragilidades: a relação contratual com a Tecniforma, que desmascararia a suposta colaboração pro bono durante o período de suposta exclusividade enquanto deputado.
Matéria que valerá decerto votos a marinho pinto, mas menos do que os muitos perdidos pela coligação para o principal partido da oposição cuja possibilidade de maioria absoluta estou longe de descartar.
Sem esquecer que um novo governo, que tomasse posse por esta altura encontraria cavaco ainda de posse da capacidade para o derrubar ao mínimo pretexto, ou pelo menos, para o conseguir sabotar como conseguiu com o de José Sócrates.
Justifica-se, pois, que António Costa seja empossado como primeiro-ministro na mesma altura em que o ainda inquilino de Belém já esteja condenado a fazer as malinhas para ir de encontro ao anonimato donde nunca deveria ter saído...
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