terça-feira, 31 de março de 2015

Atrás de tempos, tempos vêm

Não é que estes números signifiquem interpretações diferentes das que ontem aqui emiti, mas eles ajudam a relativizar as aparências de uma noite dececionante.
Assim, nas eleições madeirenses:
- 50,28% dos eleitores não foram votar. Para além dos que, iludidos, veem em miguel albuquerque a garantia dos seus empregos e dos que se deixaram embalar pelo populismo do JPP, é nessa metade do eleitorado abstencionista, que o PS deverá apostar para infletir  a atual realidade política;
- a maioria absoluta do PSD ficou apenas segura por cinco votos, que impediram a CDU de conquistar um terceiro deputado. Aguarde-se pela usura do poder de uma força política a contas com a situação de quase bancarrota da região para constatar se não surgirão cisões, que abreviem o mandato do novo presidente da região autónoma;
Voltando, igualmente, às eleições francesas:
- apenas 46% dos franceses acreditam que sarkozy sai reforçado do escrutínio de domingo;
- não conquistando nenhum departamento, o partido de marine le pen fica-se pela eleição de uns meros 50 conselheiros gerais a nível nacional;
***
Uma questão de percentagens parece ser também algo que confunde a ministra teixeira da cruz. Embora a questão já esteja a cair no imerecido esquecimento, não podemos permitir que fique impune a tentativa de fazer aprovar uma lei celerada com base em tão descarada mentira: que a reincidência nos crimes de pedofilia atinge os 80%, em vez dos 18% comprovados nos estudos mais fiáveis.
Mas não é só essa “confusão” de percentagens, que a ministra lança como cortina de fumo para um problema demasiado sério para que sirva de arma  politiqueira em favor da sua deturpada perspetiva da sociedade em que vive. Ela quer “esquecer” que a maioria das agressões sexuais sobre menores acontece dentro do próprio ambiente familiar o que nenhuma lista propagandeada pelo correio da manhã conseguirá minimizar...
***
No comício do Porto deste fim-de-semana, António Costa  enfatizou os recuos que o país conheceu nestes quatro anos de (des)governo, quer no número de empregos existentes, quer do investimento produtivo:
”Retrocedemos no número de empregos e hoje temos menos 400 mil postos de trabalho”.
Depois de constatar que esses níveis de emprego fizeram o país recuar vinte anos, revelou que a quebra no investimento levou Portugal para os níveis de 1984.
***
Em maio o Reino Unido irá a votos. Na mais recente sondagem os trabalhistas de Ed Miliband têm 36% contra 32% dos conservadores, o que daria uma vantagem de cerca de 60 lugares na Câmara dos Comuns.
Num ano em que se preveem várias eleições decisivas um pouco por toda a União Europeia, há possibilidades sérias de ver a esquerda socialista e social-democrata ganhar muitas delas…

Sem comentários:

Enviar um comentário