Olhamos para as notícias e até das mais insuspeitas direções vêm alertas sobre o tipo de erro que vem sendo cometido na União Europeia nos últimos anos, com merkel e a sua corte a apostar em lógicas macroeconómicas, que já mostraram estar erradas.
Seja schäuble, seja quem quer que o inspire, dado ser pouco crível a competência de um mero advogado para pensar consistentemente em teorias económicas, o erro ideológico fundamentado na capacidade redentora da austeridade para recuperar economias “despesistas” tem origem numa única forma de olhar para a realidade, e de a querer forçar em função dessa distorcida lente.
E, no entanto, olhando-a de outra forma - e é isso que o novo governo grego está a impor - as soluções passam a ser outras.
Vem isto a propósito do excelente artigo inserido na edição do «Público», da autoria de Nicolau Ferreira, sobre o trabalho de uma equipa de astrofísicos portugueses e espanhóis e agora descrito na «Geophysical Research Letters». A questão investigada era a da gigantesca nuvem em forma de Y deitado existente na atmosfera de Vénus e incapaz de, até agora, ser convenientemente explicada com modelos matemáticos e físicos coerentes com as suas características.
Os cientistas puseram a si mesmos esta questão: será que essa incompatibilidade dos nossos conhecimentos físicos e matemáticos com tal observação não terá a ver com o facto de os estarmos a aplicar como se se tratasse de fenómeno existente na atmosfera terrestre?
Ora, Vénus é muito diferente da Terra, não só pela maior aproximação ao sol, à composição da sua atmosfera e , sobretudo, por rodar em sentido inverso ao do nosso planeta.
Tendo em conta essas premissas, a equipa trabalhou num novo modelo, que se ajusta ao fenómeno em causa e o explica de acordo com o que nele se adivinha: “Segundo o novo modelo teórico, o que se observa em Vénus é o resultado de uma oscilação periódica da temperatura e da pressão da atmosfera. Isto faz com que uma massa de ar ascenda na atmosfera até aos 70 quilómetros de altitude. Essa massa leva partículas suspensas — aerossóis — que absorvem a luz ultravioleta. Não se sabe a natureza destas partículas. ‘É um dos mistérios que persiste’, diz Pedro Machado. Suspeita-se de que sejam partículas à base de enxofre. ‘Daqui a um ano, ou mais, espero já ter descoberto do que é que são feitas’, antecipa o cientista.”
A exemplo do que António Costa tanto proclama, já que tudo à nossa volta se tem alterado, seria necessário que a nossa direita tenha flexibilidade mental para ir mais além e conseguir-se pôr em causa face ao fracasso de tudo quanto tem imposto ao país. Mas pode alguém ser quem não é?
Não! seria a resposta á pergunta da canção de Sérgio Godinho. E nova prova disso é o que José António Cerejo hoje demonstra no «Público» a respeito da dívida de passos coelho para com a Segurança Social: além de caloteiro, tentou minimizar os custos com o pagamento de apenas uma parte do que deveria. De facto, entre 1999 e 2004, essa dívida foi de 5016 euros, ou seja mais 74% do que os 2880 euros que o primeiro-ministro diz ter pago no mês passado.
Esclarece o jornalista:” Se em vez deste valor, acrescido dos juros de mora no montante de 1034 euros, Passos Coelho tivesse liquidado os 5016 euros, mais os juros de mora contabilizados até Fevereiro de 2015, o total pago teria sido de mais de 8000 euros, e não de 3914 euros.”
Isto mostra que passos não consegue deixar de ser quem não é! De pensar como sempre pensou!
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