1. Será que, desta feita, a trafulhice de passos coelho volta a cair no esquecimento como parece ter acontecido com a do caso Tecnoforma? Será que a barragem propagandística do governo, bem apoiada nos principais meios de informação, conseguirá silenciar a indignação dos portugueses perante aquilo que o PS qualificou de «evasão contributiva»?
O rigor imposto aos cidadãos nestes três anos e meio de assalto fiscal foi de tal dimensão, que ver o seu principal responsável denotar tanta ligeireza no assunto só justifica tudo fazer para não o deixar cair no rol dos esquecidos daqui até às eleições.
É que essa ilegalidade de passos coelho perante a Segurança Social durou cinco anos de nada lhe valendo agora o argumento zeinalbaviano de não saber, de não se lembrar.
Se passos coelho ainda se julgaria capaz de ter sonhos cor-de-rosa sobre o futuro político para lá das próximas legislativas, é capaz de estar agora a passar por um inquietante pesadelo.
2. António Costa também está a agravar-lhe as preocupações. Apenas passados três meses sobre a sua eleição como secretário-geral aí estão 55 medidas concretas para calar quem teima em considera-lo incapaz de sair das generalidades para especificar os detalhes da sua alternativa.
Apostado em infletir o abandono a que o interior tem sido sujeito nestes últimos anos, atribui-lhe prioridade nas políticas a desenvolver em 2016, a que associa as de âmbito nacional como o são a reposição do IVA da restauração nos 13%, a recuperada aposta nas energias renováveis, a promoção da mobilidade elétrica, a criação de um amplo programa de reabilitação urbana, a existência de uma justiça de proximidade em todo o território, a transferência de competências para os municípios e o prosseguir do Simplex.
Perante a falta de rumo, que passos coelho encarna, o PS assume-se como a garantia de conduzir o país na direção de um futuro bem mais esperançoso.
3. Se passos coelho é o típico general dos romances de Garcia Marquez, definitivamente perdido nos labirintos por si mesmo criados, paulo portas esforça-se por esbracejar e dar prova de vida, nem que seja à conta de malabarismos com indicadores, que jogam claramente a seu desfavor.
Agora ouvimo-lo a soar trombetas por causa de um crescimento de 5,2% no investimento, que seria sinal de inequívoca recuperação da economia.
Ora, não só a quebra nele verificada nestes três anos atingira os 30% como 2,9% desse suposto “crescimento” é falso, porque corresponde a uma variação de existências em stocks.
Resumindo: se a formação bruta de capital fixo permanecesse nos 2,3% efetivamente agora verificados seriam precisos dezasseis anos para recuperar o investimento perdido nestes três anos.
4. O fracasso da estratégia alemã, acolitada por rajoy e passos coelho está a confirmar-se na mais recente sondagem sobre quais seriam os resultados eleitorais se os eleitores gregos voltassem às urnas: 47,5% votariam no Syriza, que subiria assim 11%. Quanto à Nova Democracia desceria 7% e ficaria pouco acima dos 20%. E os comunistas, que tentam liderar a contestação a Tsipras, cairiam para os 4,8%.
Bem podem schäuble e os seus aliados detestarem o estilo dos novos governantes gregos, que a eles vão ter de se acomodar, porque a Democracia afinal parece valer mais do que os preconceitos ideológicos dos defensores da austeridade.
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