Afinal a montanha pariu um rato! Quando era quase unânime a previsão da vitória da Frente Nacional nas eleições departamentais de hoje em França, o resultado acabou por se revelar substancialmente diferente: se é certo que a vitória coube à Direita Republicana, liderada por Sarkozy, a extrema-direita de Marine Le Pen viu estacada a progressão e não se conseguiu livrar da condição de pária de que tendia a ser resgatada por jornais e televisões demasiado obsequiosos!
Mas a melhor notícia para a esquerda foi o desmentido da hecatombe anunciada para o Partido Socialista: as suas listas associadas acabaram por totalizar os 28%, o que constitui um resultado promissor para a recuperação a concretizar doravante. E foi, igualmente, positivo o resultado da Frente de Esquerda com os seus 6,6% e o dos Verdes com 2,1%.
Se somarmos essas três vertentes da esquerda francesa elas totalizam 35,7%, ou seja, um empate técnico com a coligação de Sarkozy.
Há, pois, que confiar na possibilidade de uma reviravolta, que permita voltar a marginalizar a Frente Nacional no seu ideário racista, subtraindo-lhe muitos dos seus apoiantes que, caídos diretamente da esquerda, julgaram encontrar nela a resposta para a falta de expectativas criadas pela globalização e pela abertura das fronteiras.
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