Esta semana concluíram-se os trabalhos da Comissão Parlamentar sobre o sucedido no BES, que permitem sintetizar várias evidências:
1. que ricardo salgado está condenado a converter-se no vilão-mor de um filme produzido pela máquina do governo para utilização intensa nas próximas semanas, e cujo argumento terá por tema a “luta do governo de passos coelho contra os capitalistas e os poderosos deste mundo”;
2. que carlos costa ainda deverá estar a fazer contas à vida de como tanto quis ajudar o governo, que ajudou a formar - não esqueçamos o seu papel no derrube do governo Sócrates! - e acabou por ele abandonado como se tivesse peste.
3. que os pequenos investidores, atraídos como moscas ao prometido «mel» do aumento de capital, nunca mais voltarão a acreditar nas virtualidades do capitalismo em transformarem-nos em novos bill gates;
4. que andarão felizes e contentes os poucos “afortunados”, que receberam informação confidencial a tempo de retirarem o seu dinheiro do BES, salvaguardando-se das consequências da respetiva bancarrota;
5. que o governo em tudo quanto ali sucedeu, foi cego, surdo e mudo, e diz t’arrenego a quem se atrever a afiançar o contrário.
6. e ainda mais cego, surdo e mudo andou cavaco por muito que há quem o diga um dos principais porta-vozes do conto de vigário em que caíram os incautos;
E, depois de tudo isto, o que restará? Nada de substancial: os que costumam ganhar com a economia de casino continuarão a acumular lucros, os que sempre perdem assim prosseguirão.
Há quem se retire de cena (carlos costa e cavaco) e quem dela seja afastado (passos coelho), mas , por muitos anos, continuaremos a ter o BES nas notícias à conta dos muitos processos judiciais , que pretenderão obter de nós, os contribuintes, o pagamento para os desvarios e as trafulhices de uns poucos e a falta de regulação de outros tantos.
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No «Jornal de Notícias», Pedro Bacelar de Vasconcelos prevê argutamente o conteúdo da propaganda eleitoral do PSD e do CDS nos próximos meses: «(…) E foi assim ao longo dos últimos quatro anos: os culpados da crise são o Governo anterior - irresponsável e despesista - e este povo preguiçoso que queria viver acima das suas possibilidades. O Governo não sabe, não faz, não responde nem presta contas do que quer que seja... e por isso decidiu finalmente decretar "o fim da crise!".»
Para os marcos antónios não se deverá suscitar o balanço de tudo quanto o (des)governo fez nestes quatro anos, porque é o governo de Sócrates que deverá ser objeto dessa avaliação pelo eleitorado de 2015. A coligação de direita é do tipo «branco, mais branco não há!»
Que importam os desempregados, os que foram forçados a emigrar, os que se suicidaram, os que se tornaram sem abrigo, se “os cofres estão cheios”?
Pedia Paulo Trigo Pereira, que se tivesse um pouco de decoro, quando se consegue utilizar esse argumento. Sobretudo, tendo em conta uma dívida já na ordem dos 130% e os custos de ter dinheiro depositado em Bancos, que cobram por o guardar em vez de o remunerarem com juros positivos…
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E que ingratas são as agências de notação financeira! Dava tanto jeito uma noticiazinha jeitosa para alindar a campanha e elas continuam a classificar de lixo a dívida portuguesa!
Para passos só há uma explicação: a culpa é do PS!!!
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