quinta-feira, 12 de março de 2015

A virtude de saber escolher o seu calendário

A entrevista de António Costa à RTP deveria sossegar algumas almas inquietas, que se entusiasmaram com a dinâmica das primárias, mas depois se deixaram contaminar pela intensa campanha mediática da direita, que quer fazer passar a ideia de não existirem propostas concretas no “novo” PS ou que as sondagens de agora são equivalentes às conhecidas com o anterior secretário-geral.
Às vezes a insistência de alguns socialistas nesses argumentos da direita assume tal dimensão, que me interrogo sobre quando ganharão a consciência de estarem a fazer o jogo dos que deveriam combater!
Como disse na entrevista, António Costa sempre se comprometeu com um calendário preciso: o da apresentação da Agenda para a Década e, depois, com o trabalho elaborado por diversos economistas sobre o quadro macroeconómico para os próximos quatro anos, que fundamentarão as propostas concretas do Programa Eleitoral, cuja apresentação está marcada para 6 de junho.
De facto, que jeitão daria ao PSD e ao CDS, que esse programa já estivesse cá fora! A barragem de contrainformação, que o tenderia a desvalorizar e difamar estaria agora no auge. E perder-se-iam semanas fundamentais para confrontar este governo com o seu fracasso ao longo destes quatro anos! Esse sim tem de ser o esforço atual, porque não faltam argumentos para denunciar os péssimos resultados verificados na dívida soberana, no número de desempregados, na descapitalização das empresas, na queda abrupta do investimento ou nos alarmantes indicadores sobre o empobrecimento da maioria dos portugueses.
Este é o momento de falar no que tem acontecido, antes de chegar a altura do futuro que virá. E só então chegarão as sondagens mais fiáveis: as das urnas no dia das legislativas! 

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