segunda-feira, 9 de junho de 2014

O que irá decidir o Porto?

Estamos no dia que pode aproximar António José Seguro do fim do seu consulado à frente do Partido Socialista, já que, logo à noite, a reunião da Comissão Distrital do Porto poderá virar de vez o prato da balança a favor de António Costa.
Será possível tendo em conta que essa Federação é liderada por um dos mais tenazes seguristas - José Luís Carneiro - e se viu anteriormente quanto ele já se mostrou capaz de fazer prevalecer os seus interesses pessoais em detrimento dos do Partido? Se dúvidas existissem a perda do bastião de Matosinhos deve-se-lhe em grande parte, muito embora não se possa esquecer o papel então desempenhado por António Parada que… agora apoia António Costa!
Quer isto dizer que os 60 a 70% de apoiantes de José Luís Carneiro podem ter, entretanto, vacilado e, a exemplo da Distrital de Faro, concluído pelas vantagens de uma solução contrária à pretendida pelo respetivo líder.
A tal suceder será difícil a Maria de Belém inventar novos pretextos para evitar a vontade de significativa percentagem dos militantes do Partido: diretas para Secretário-geral e Congresso Extraordinário.
Na sua crónica de hoje no «Público», António Correia de Campos não prevê que seja assim tão fácil quanto parece: [Seguro] “propõe um muito espaçado calendário e uma autêntica prova de obstáculos para resolução da crise interna do PS. E vai ter Costa de calçar tacões de mola para superar as barreiras seguristas. Ajudado pela opinião pública nacional que parece tê-lo adotado. Outra coisa será dentro da pista de obstáculos. O tempo vai dar para tudo, para criar barreiras tipo Potemkin, que são miragem e para impor, de repente, barreiras nunca imaginadas.
Seguro acusa Costa de fazer baixar o PS nas sondagens, mas Seguro esquece que as perguntas são feitas com Seguro a dirigir o PS. Preparemo-nos para o pior, vai ser feio.”
Esperemos que o antigo ministro da Saúde de José Sócrates se engane e Seguro não tenha sequer tempo para dar razão aos que nele veem um carácter bem pior do que dele se pressentia. E que chegue, enfim, o tempo de ressurreição da esperança, que os portugueses abandonaram nestes três últimos anos. Mesmo sem as ilusões de estarem aí a chegar os tais amanhãs que cantam!
Segundo o mesmo articulista o projeto que António Costa protagonizará deverá ter em conta o seu principal obstáculo: Expectativas acima do real podem ser o principal obstáculo de Costa. Quando tudo à volta apodrece ou perde vigor, todos esperam lavra nova. Eis por que Costa tem de saber selecionar as sementes. Nos termos em que a lavra vai ficar, tudo germinará, é bom que o trigo prevaleça sobre o joio.
Confiemos que o Partido dispõe de competências e capacidades bastantes para cumprir o seu desafio!


Sem comentários:

Enviar um comentário