quarta-feira, 25 de junho de 2014

Eles sabem-se derrotados, mas não desistem de fazer mal ao PS e ao povo português!

No dia-a-dia os amigos, que me sabem entusiasmado com a mobilização a favor da candidatura de António Costa para secretário-geral do Partido Socialista e para futuro primeiro-ministro de Portugal, perguntam-me com alguma frequência:
- Mas acreditas que ele vai conseguir dar a volta a todas as desonestidades que o Seguro tem evidenciado nestas últimas semanas?
Normalmente justificam as inquietações - eles que também anseiam pela alternativa política proposta por António Costa - com a blindagem operada por este último aos estatutos, na previsão de que, mais tarde ou mais cedo, os militantes e simpatizantes socialistas avaliariam pelo seu justo valor a “qualidade” do seu desempenho.
Ontem acrescentaram mais um argumento para os seus receios: a cena vil que viram desenrolar-se à porta do edifício onde a maioria da Comissão Nacional se voltou a desqualificar com a negação dos anseios dos militantes e onde uma energúmena insultou António Costa e se abraçou depois a um agradecido António José Seguro. Se este último, ou quais dos seus apoiantes que prepararam tal provocação, julgavam assim ganhar votos só ainda pior se caracterizaram aos olhos de quem assistiu a tão lamentáveis atos pelas televisões.
Mas a melhor resposta às estratégias dos apoiantes do ainda secretário-geral foi a que António Costa deu com a entrevista a Ana Lourenço na SIC Notícias: demonstrando ter um discurso articulado e consistente para a rutura que o país deve fazer com os últimos três anos, também revelou a elevação com que encara o presente desafio. Bem poderão os seguristas multiplicarem-se em peixeiradas, que só darão razão a Miguel Sousa Tavares quando as considerou uma óbvia evidência do desespero que reina nas suas hostes.
A entrevista em causa foi elucidativa quanto ao facto de existirem duas formas diametralmente opostas de fazer política: aquela que a honra e contribui para a sua credibilização e essa é a das ideias esclarecidas, coerentes e indiferentes ao vozear abjeto dos medíocres que a tentam descredibilizar, e a outra, feita de tacticismos circunstanciais em que ora se é contra as primárias, ora se as abraça com entusiasmo mais que suspeito. Ou ainda quem é capaz de uma afirmação tão irresponsável como a proferida numa lamentável entrevista à Rádio Renascença em que se afirma sem pinga de vergonha, que acaso ocupasse o lugar de primeiro-ministro em 2011, não teria assinado o Memorando da troika.
Perante uma ostensiva escusa a colocar-se ao nível a que os seus opositores se têm continuamente rebaixado, António Costa mostra como é bem diferente o seu projeto em relação ao que a atual direção tem assumido.
A confiança com que descanso os meus amigos tem a ver com isso mesmo: os seguristas querem três debates? É claro que dependerá muito da isenção dos moderadores escolhidos para eles, mas falho de argumentos e incapaz de uma Visão, que não vai além do populismo imediato - a inenarrável proposta de redução do número de deputados - como poderá Seguro equiparar-se em retórica com conteúdo ao de António Costa? Só os seus apoiantes acreditam nas suas fórmulas enfáticas que vistas com alguma atenção se revelam ora contraditórias, ora vazias de conteúdo!
Mas outro argumento dá razão ao meu otimismo: o apoio sucessivo das Federações. Nos últimos dois dias pronunciaram-se mais duas e deram larga maioria à exigência de Congresso e Diretas Já! Em treze já dez optaram por essa posição e, por exemplo, na de Setúbal, outrora tão afeiçoada a Seguro, o resultado ficou-se pelos 36-33 com muitos a votarem ao contrário da vontade das suas próprias Concelhias!
Perante tantas derrotas sucessivas em que acreditarão ainda os apoiantes de Seguro? Que estes três meses desmotivem miraculosamente os de António Costa? Que consigam inscrever centenas de “simpatizantes” a troco de algumas promessas fúteis para contrariarem a dinâmica que os esmaga cada vez mais?
Voltando à mesma entrevista, António Costa deu a resposta adequada: os “sindicatos” de voto de nada valerão contra os muitos milhares de socialistas, que são donos de si mesmos e irão votar de acordo com a sua consciência. E perante as torpezas de quem o quer denegrir não será difícil imaginar qual será o desiderato de todo este processo.
Obviamente que isso não irá descansar quem quer uma votação transparente, sem nada que as desvirtue. Por isso mesmo em todas as secções de voto - e sobretudo na que se verificar por internet - teremos de ser particularmente vigilantes. Porque, havendo quem esteja em liça por dever de cidadania e de espírito de serviço, já se viu sobejamente que esse está longe de ser o caso de quem se vê à beira de perder as suas douradas ilusões...


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