Julgaria Rui Rio mais sagaz do que revela ser. Não aprecio o estilo, muito menos as ideias. Ou as que aparenta ter, porque se nunca mostrou capacidade para propor projetos consistentes para a vida dos portuenses - a não ser o derrube de uma das torres do Aleixo para favorecer negociatas imobiliárias ou a entrega do Rivoli ao La Féria - , muito menos a terá para a dos portugueses, que almeja liderar. Mas, perante a óbvia intenção do CDS em abocanhar-lhe algum eleitorado numa manobra de indecorosa «política politiqueira», ser-lhe-ia muito fácil dissociar-se dela, denunciando-a como oportunista e sem justificação, quando as legislativas estão tão próximas. Daí que esperasse do seu grupo parlamentar a abstenção, como se nada tivesse a ver com a manobra do traiçoeiro parceiro de sempre, mesmo não deixando de utilizar os tempos de intervenção na discussão para manifestar a discordância com o governo. Resulta desta charla sem sentido a ideia de um PSD a reboque do CDS, aparentando dar razão a Cristas quando manifesta a vontade de liderar as direitas no seu todo.
Sabemos que tal pretensão equivale à do sapo da fábula decidido a inchar até ficar maior do que o boi. Está condenada a falhar, porque desta moção de censura, nenhum dos partidos sai bem. E Cristas não se livra da suspeita de ter enveredado por manobra de diversão para afastar as atenções da investigação em curso sobre a responsabilidade de ter assumido um negócio ruinoso para o Estado só porque teve como beneficiário o genro de Cavaco.
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