Sintética, a frase retirada do artigo de opinião de Francisco Louçã no «Expresso» de hoje, faz o ponto da situação dos dias que vamos vivendo: “O sinal dos tempos é este, a liberalização não se disfarça de justiça, orgulha-se de ser injustiça social e até quer que os descamisados aprovem a sua miséria.”
Quer nos novos partidos, que vão surgindo como cogumelos, quer no próprio discurso do CDS, vai-se verificando a pretensão de arrebanhar o mais possível os votos das camadas mais pobres e incultas da nossa sociedade para, às suas costas, decidirem-se políticas programadas para lhes infernizarem a vida.
Os exemplos podem vir de trás: não foi a lei das rendas congeminada por Assunção Cristas, quando estava no governo de Passos Coelho, a expulsar das casas em Lisboa os inquilinos aí residentes há décadas? Não favoreceria o seu amor pelas plantações de eucaliptos uma dimensão ainda mais desastrosa para os futuros incêndios nas semanas em que se conjugam os 3 trintas nas temperaturas, humidades e velocidades do vento?
Os pobres que ajudaram a eleger Trump ou Balsonaro nada ganharam com a sua lamentável opção eleitoral. Como nada beneficiaram os que votaram em Orban na Hungria e em Salvini ou Di Maio em Itália. Mas, enquanto não despertarem e não se virem liderados por quem, à esquerda, possa mostrar-lhes a direção correta para canalizarem a sua indignação, estarão fadados a protestarem muito, como os coletes amarelos em França, mas nada de substantivo conseguirem.
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