sexta-feira, 9 de março de 2018

Armários abertos, alunos sagazes e boa imprensa vinda lá de fora


1. Há umas semanas Adolfo Mesquita Nunes saiu do armário e já se julga com gabarito para imitar a rã da fábula, que inchava, inchava até quase se parecer com um boi. Como os elogios à sua «coragem» foram muitos e de vários quadrantes (como se o assunto não lhe dissesse respeito senão a ele e a quem lhe servir de encosto!) ei-lo a pronunciar-se como grande estratega decidido a ostracizar o PS de qualquer futuro acordo político por, segundo as suas palavras, ter-se aliado ao BE e ao PCP sem ninguém o ter obrigado.
Perguntar-se-á ao azougado munícipe da Covilhã se já ouviu alguém do PS a sugerir uma coligação, ou sequer uma mera proposta de acordo com o CDS? Alguém do PS aceitaria uma convergência tão contranatura, mesmo que possa haver quem alegue não se tratar de hipótese inédita, lembrando-se dos acordos de Mário Soares com Freitas do Amaral? Mas quão distantes estão esses tempos em que o PS fugia das demais esquerdas a sete pés e o CDS não se mostrava tão conotável com a extrema-direita como Portas & Cristas o reformataram.
Bem pode Adolfo ir sonhando com amanhãs cantantes para as direitas que, por este andar, não há abertura de armários, que lhe valham!
2. Quando se esperaria que fossem os professores do ISCSP a reagirem intempestivamente contra a contratação de um novo colega, que, pela formação académica e pelo mérito da sua atividade profissional nada justificaria que fosse tido como seu igual, eis que são os alunos a assumirem a atitude mais consonante com a defesa do bom nome da instituição onde estudam e se pretendem formar. São eles quem melhor entenderam quão lesiva pode ser a nódoa, que esta «novidade» pode vir a ter no seu currículo. É que, futuramente, que empregador pode encarar com seriedade um licenciado ou um mestre, que provenha de uma instituição tão pouco exigente com o seu escol de docentes?
3. As boas notícias sobre os resultados da governação do país, mediante a convergência das esquerdas, continuam a provir dos mais variados opinantes internacionais: a Marsh, empresa líder em gestão de riscos e corretagem de seguros integra Portugal no lote dos 27 países onde é menor o risco político. Por outro lado a Comissão Europeia acaba de reconhecer que as subidas do salário mínimo não prejudicaram a criação do emprego e até melhoraram o rendimento dos trabalhadores com salários mais baixos. Esta conclusão do Country Report é um chapadão violento nas declarações de alguns altos responsáveis de Bruxelas, que afiançavam a forte possibilidade de vir a acontecer precisamente o contrário.

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