Eu também confesso que não gosto, mas poderia ser de outra forma? Quando andei a fazer campanha por Inês de Medeiros nas diversas freguesias almadenses nunca ponderei sequer que o resultado viesse a obrigar a uma coligação com o PSD, mas o comportamento dos comunistas na sessão de tomada de posse do novo Executivo mostrou como o despeito leva os derrotados de 1 de outubro a reagirem com o coração, que não com a razão.
Atrás de mim havia quem conjeturasse uma rápida desistência da nova edil para que novas eleições a curto prazo devolvessem a vitória ao PCP, por direito adquirido através do que tem sido o seu trabalho autárquico nos últimos quarenta anos. Espantosamente desconhecem ou querem esconder a cabeça de baixo da areia relativamente ao mau trabalho concretizado nos últimos quatro anos e que levaram muitos munícipes a contactarem de motu próprio a campanha de Inês de Medeiros para lhe pedirem urgentes mudanças.
Explica-se assim que, rejeitando acordos que, a nível local, replicassem os firmados na Assembleia da República, os comunistas encarem o mandato socialista como fera a abater contando para tal com a sabotagem interna e permanente dos serviços que, até há pouco controlavam..
Pode-se levar a mal que Inês de Medeiros tivesse assegurado a governabilidade da Câmara mediante acordo com o PSD? Se o PCP colocou-se fora de jogo, como contornar o facto de se contar apenas com a maioria relativa na vereação? Mas não foi isso mesmo que, há quatro anos, fez Bernardino Soares na Câmara de Loures? E quem, então, com ele se indignou? Algum dos que agora critica injustamente a coligação almadense, levantou a voz em protesto contra a facilidade com que, a nível das autarquias, o PCP se coligue com o PSD?
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