domingo, 26 de novembro de 2017

Jerónimo diz alhos, o Expresso traduz por bugalhos

Muito embora queira dar ao título de primeira página a ilação de ser a atual solução governativa algo de irrepetível para lá de 2019, o «Expresso» não consegue que, na entrevista publicada nas páginas interiores, Jerónimo de Sousa coincida propriamente com tal tese. Recorrendo como de costume ao seu gosto pelos provérbios o dirigente comunista adota a prudente convicção de que “perante o pano é que se talha a obra.” Ou seja, contem-se os votos e logo se verá. Até porque, apesar de pressionado pelos entrevistadores a dissociar-se de António Costa ele é perentório, quando reafirma ter motivos para nele confiar.
Não se trata, pois, de peça jornalística, que dê grandes motivos de alegria às direitas e muito menos a Marcelo Rebelo de Sousa, sempre atento ao mínimo sinal por onde possa aproveitar a conhecida pulsão para a intriga.
Lida no que diz, e no que deixa implícito, a entrevista confirma a crença na exequibilidade de uma governação efetivamente orientada para a melhoria substantiva da qualidade de vida da grande maioria que a apoia. E, ao contrário do que gostariam os responsáveis pelas sugestivas capas do «Expresso», ela é capaz de perdurar por muitos e bons anos... 

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