quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Estejamos atentos, mas não nos enervemos desnecessariamente!

Um amigo, que muito prezo, manda-me uma mensagem a confessar-se inquieto com o rumo que vão tomando as coisas nos últimos dias, com militares, forças de segurança e magistrados a meterem-se na fila para alcançarem o tratamento preferencial, que dizem estar a ser conseguido pelos professores. Haverá novamente uma convergência negativa entre as direitas e os sindicatos, principalmente os da CGTP, para derrubarem este governo a exemplo do que conseguiram anos atrás, quando se tratou de inviabilizar a continuidade do liderado por José Sócrates?
Estou otimista, como de costume, e subscrevo o reparo hoje assinado por Rui Tavares que, a propósito do Brexit - mas servindo igualmente para os meus propósitos! - lembram que as emas nunca andam para trás.
As notícias positivas até vão prosseguindo, sem precisarmos de estar sempre a referir a redução do número de desempregados nos Centros onde se registam - que, uma vez mais, se confirmou!. Por exemplo, apesar das desconfianças justificadas de comunistas e bloquistas a propósito das benesses dadas ao sistema bancário, a maioria parlamentar acaba de acordar o abatimento das imparidades ao longo dos próximos dezanove anos, conseguindo-se uma situação de equilíbrio para que os créditos mal parados dos bancos sejam corrigidos num prazo adequado. Na aprovação do Orçamento Geral de Estado para 2018 também não existiram quebras de solidariedade das esquerdas, apesar da questão do descongelamento das carreiras dos professores ficar adiada para as negociações aprazadas para 15 de dezembro.
Sem ter a ver diretamente com a maioria parlamentar, mas dela constituindo consequência gratificante, fica a ascensão de Portugal ao top15 dos países da OCDE onde mais avançada se revela a experimentação e a inovação na Administração Pública graças ao Simplex. E se a Volkswagen era notícia meses atrás a propósito da luta laboral, que até assustava demasiadamente quem deveria ter contida serenidade, quase fica remetido para as páginas interiores e em poucas linhas, o acordo firmado entre a Administração e o Comissão de Trabalhadores (a ser validado daqui a uns dias), que já garante um ritmo diário de 800 novos carros do modelo T-Roc a saírem das linhas de produção, graças também ao esforço dos mais de dois mil novos trabalhadores recrutados desde o início do ano.
Perante tudo isto que resta à oposição? Santinho Pacheco, deputado socialista, deu uma boa imagem do atual comportamento das direitas: “já conhecíamos várias formas de fazer política mas esta, tipo furão, de entrar nos buracos todos e ver de onde sai coelho, é novidade.”
Eles buscam de facto matéria que lhes sirva de arma de arremesso, mas vão vendo a prometedora pólvora revelar-se bem seca. Claro que, qualquer apoiante da maioria parlamentar, dispensava bem esta decisão de transferir o Infarmed para o Porto sem previamente discutir essa possibilidade com os principais interessados - os seus 350 trabalhadores - e, aparentemente, só para satisfazer a vaidade de Rui Moreira, que se comportou para com os socialistas da forma que não nos esqueceremos. Ou que muito falta fazer na questão da evasão fiscal para os «paraísos» europeus ou americanos, por onde se esvaem anualmente mais de vinte mil milhões de euros. Ou seja mais de trinta vezes aquilo que os professores reivindicam numa luta, que porém merece grandes reservas da minha parte. Recordo o que escrevi noutro texto: como podem sindicatos de esquerda violar o principio de “a trabalho igual, salário igual”!
Igualmente inquietante será a tomada de posse de Teresa Anjinho como provedora-adjunta da Justiça. Já temos os tribunais tão pejados de gente de direita, senão mesmo da que se revela mais extrema - como se verificou com o nunca por demais lembrado juiz Neto Moura - que ver mais uma destacada cúmplice de Portas & Cristas abocanhar tal função permite-nos duvidar do que serão as decisões futuras do órgão, que passa a codirigir.
Confiemos, no entanto, em Isabel do Carmo, que olhando para estas direitas, lhes reconhece escassas capacidades para serem condutoras de massas. E façamos votos para que assim continue a suceder... 

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