As direitas e os órgãos de desinformação, que lhes servem de altifalante, adoraram o discurso de Marcelo na Gulbenkian. É normal: elas exultam quando os portugueses levam com a velha fórmula de viverem num país no diminutivo em que é preciso o juizinho!
O que Marcelo disse foi uma remake do discurso ouvido durante os tempos da troika, segundo o qual os portugueses não podem viver acima das suas possibilidades. Os bancos, as grandes empresas, os amigos do Presidente (não nos esqueçamos que um dos mais diletos era Ricardo Salgado) podem tudo, os 99% restantes têm de aceitar as migalhas, que o presidente e os amigos acham que possam merecer.
Muito embora não concordando com grande parte das exigências corporativas expressas por várias classes profissionais nos dias mais recentes, também não posso aceitar que Marcelo limite as aspirações dos portugueses em terem uma vida bem melhor. Até porque, comparativamente com a média europeia, ainda muito falta para a alcançarmos.
É por isso que esses reparos em forma de uma conversa aparentemente anódina com Catarina Furtado só nos pode merecer a maior das reprovações. Porque, por muitos beijos e abraços que distribua ou selfies em que sorria com fingida bonomia, Marcelo está a exigir que os portugueses continuem a ser pobres e bem agradecidos. Ora, através de boas políticas, que aumentem o emprego e a riqueza nacional, eles querem ver esta bem melhor distribuída, garantindo-lhes uma qualidade de vida bem melhor do que a prometida pelas direitas dos negócios, dos partidos e do inquilino de Belém...
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