No PSD reina o delírio só explicável com recurso à Psiquiatria. Em poucos dias tivemos Cavaco num acesso delirante de narcisismo e de desfasamento total com a realidade. A seguir foi Rangel com o exercício necrófago de olhar à volta e só ver cadáveres. Agora é Passos a reivindicar os louros da paz social na Autoeuropa durante anos a fio, julgando-se porventura co-integrante da Comissão de Trabalhadores liderada por António Chora, a quem se devem exclusivamente os louros por tal situação.
Convenhamos que importa estar atentos, porque, em qualquer dos casos, os citados parecem próximos da fúria psicótica, que aconselha a preparar colete de forças. É que tanta falta de empatia com os outros, ou de remorso por quanto de mal fizeram, pode ser perigosa, quer para eles mesmos, quer para quem lhes estiver mais a jeito.
Para as patologias de quem ainda dirige o PSD muito contribuem as sondagens, que vão demonstrando o inequívoco afastamento dos seus eleitores, mesmo dos que constituíam o seu núcleo duro de indefetíveis.
Não admira, pois, que se expressem com contundência acrescida os que temem ver a doença convertida em irreversível decadência, tanto mais que são muitos os que só conseguiram singrar profissionalmente graças à identificação com um partido tradicionalmente vocacionado para o exercício do poder. Poderiam não ter muito talento como economistas, juristas ou engenheiros, mas a possibilidade de trazerem para as empresas uma boa carteira de contactos próximos desse poder, justificaria o seu demérito profissional. Em muitos haverá agora a angústia de se sentirem pesos mortos perante a forte hipótese de verem o seu cartão partidário nada valer por muitos e bons anos.
Explica-se assim que surjam textos como o de Feliciano Barreiras Duarte no «Público» de hoje. Fortemente crítico da direção e à procura de espaço para ser tido em conta por um Godot que, para ele e muitos órfãos laranjas, tarda em chegar. Outros textos similares tenderão a surgir para desespero dos que veem dia-a-dia agravados os seus excêntricos sintomas.
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