É evidente, que muitos habitantes de Houston, como há uns anos aconteceu em Nova Orleães, estarão convencidos de que a tragédia imposta pelo mais recente furacão decorreu de «atos de Deus» que devem ser aceites à conta da sua insondabilidade. Mas vão-se ouvindo com outra clareza as vozes dos que condenam a desregulação, que permitiu a construção de casas baratas numa planície costeira de baixa altitude e sobre um solo argiloso dos menos absorventes, que se conhecem nos EUA.
Acontece assim que tempestades, só previsíveis na regularidade de uma vez em cada século, se repitam ano após ano obrigando os contribuintes federais a pagar os custos causados pela imprevidência das autoridades locais e dos seus eleitores, eles próprios avessos à definição de qualquer legislação mais apropriada para ordenar melhor o território e prevenir calamidades naturais.
Essa tendência para manter a mentalidade do Velho Oeste selvagem em que a Lei era uma espécie de excentricidade contra a qual se disparava primeiro e perguntava depois, começa a causar mortes demais e prejuízos, que tenderão a não ser satisfeitos pelos otários, que tudo vêm pagando sem contestação.
Não virá longe o tempo em que, na própria terra das oportunidades, se comece a ponderar no balizamento em que elas possam ser exploradas. Sobretudo, porque aproveitam sempre aos mesmos suspeitos do costume.
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