quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Conivências que muito explicam

A fotografia abaixo mostra alguns dos mais conhecidos jornalistas portugueses a gozarem umas férias nas neves suíças como aquelas de que, em ato de contrição, José Gomes Ferreira confessa ter sido um dos contemplados a expensas do Grupo Espírito Santo.
Para além dos aspetos mais risíveis, já aqui abordados num outro post anterior («Um livro que não vou ler»), ficámos a saber que o dito jornalista faz ato de contrição por ter-se deixado embalar pelos banqueiros, que lhe ofereciam tais prazeres e aos quais se encarregava de fazer publicidade nos seus comentários televisivos.
Mas não é só nesse livro, que confirmámos a óbvia promiscuidade entre jornalistas e os sucessivos candidatos ao título de Donos Disto Tudo: em «Apanhados», de António José Vilela, descobrimos que Pedro Santos Guerreiro era uma espécie de moço de recados de José Maria Ricciardi distorcendo a informação transmitida pelo jornal de que era então diretor - o «Negócios» - em benefício de quem publicamente conspirava para substituir o primo à frente do grupo Espírito Santo.
Que esse mesmo Pedro Santos Guerreiro é o atual diretor do «Expresso» - embora abunde quem ainda julgue Ricardo Costa a desempenhar tal função! - explica muitas coisas, que vêm ocorrendo nesse semanário. Nomeadamente o inusitado relatório secreto sobre o desaparecimento de armas em Tancos de que se fez tenaz paladino. Ou o súbito silenciamento dos Panama Papers, depois de anunciado com estrepitosas fanfarras.
O jornalismo português está, de facto, muito doente depois de se ter prostituído a quem melhor o remunerasse. Assim se explica a falta de credibilidade com que é hoje considerado...

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