domingo, 24 de setembro de 2017

Refundação à vista no Serviço Nacional de Saúde

A proposta de refundação do Serviço Nacional de Saúde tal qual surgiu defendida por António Arnaut e João Semedo deverá estar a criar um nervoso miudinho muito intenso em quem tem levado por diante a política enunciada há umas quantas décadas por um antigo ministro das direitas, que a traduzia na frase «quem quer saúde paga-a!». Bastará a atual maioria parlamentar voltar a universalizar o direito à saúde, sem PPP’s nem outras incursões habilidosas dos interesses privados nessa área governativa para se constatarem veementes contestações contra quem nega a «liberdade dos mercados» se exprimirem.
Confessando-me pecador - o facto de não ter médico de família atribuído há mais de vinte anos tornou-me cliente assíduo dos hospitais e clínicas privadas! - não me conformo com o facto de ficar sempre a perder no balanço entre os custos anuais com a seguradora e o que dela usufruo. Há um par de semanas tive a desagradável surpresa de pagar mais de cento e cinquenta euros por análises, que julgaria integráveis nesse pacote, mas afinal dele excluídas por “já estar ultrapassado o plafond”.
É por isso que desejo sucesso para a iniciativa dos dois médicos em causa. E um deles, o criador do SNS até mereceria a homenagem de dar o seu nome ao novo edifício da Faculdade de Medicina em vez do já aprovado Reinaldo dos Santos ou do que as direitas pretendem impor para dar alguma relevância a quem foi mandatário das candidaturas de Cavaco Silva (só isso deveria bastar para o excluir ad eternum).
A expetativa é a de regressar aos postos médicos do serviço público e reencontrar a qualidade existente duas décadas atrás. Porque com a saúde dos portugueses não se deve brincar e muito menos transformá-la num negócio auspicioso para quem aposta na sua degradação para rentabilizar obscenamente os seus investimentos. 

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