sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Até Lobo Xavier reconhece o óbvio!

No regresso da «Quadratura do Círculo», Lobo Xavier deve ter posto muita gente das direitas de cabelos em pé com a forma lúcida como contestou a tentativa de aproveitamento do PSD e do CDS à conta das cativações na execução do Orçamento Geral do Estado. Como ele bem afirmou as rubricas previstas para o exercício da governação definem valores máximos, mas é estupido estar a exigir que eles sejam plenamente cumpridos até ao último dia do ano. Isso faz lembrar aqueles tempos idos - ou, pelo menos, esperando que assim seja! - em que os diretores ou os chefes de serviço chamavam os colaboradores em meados de setembro ou de outubro para cuidarem de gastar tudo quanto estava previsto sob pena de verem os respetivos orçamentos minguarem no ano seguinte. (E cuide-se que não foi só no Estado, que isso se verificou, porque o vi cumprido em muitas empresas do setor privado!).
Mas, porque a contestação das direitas não vai para além do que é efémero, e por isso se esgota em dois tempos - a tese continua a ser do conhecido comentador do CDS - a melhor resposta que teve foi a da informação prestada pelo Ministério de Centeno em como, no ano em curso, já se libertaram muito mais verbas cativadas do que no mesmo período do ano transato. Bastou a elucidação dessas cativações para cair por terra a argumentação de Passos ou da tal «senhora» em como as políticas bem sucedidas do governo seriam apenas explicadas por tal «artifício» - que o não é, porque assenta nas melhores práticas da gestão das organizações.
Perguntava o bloguer da página O Jumento “o que levará um líder de um grande partido a ser tão oportunista, não hesitando em aproveitar todos os boatos e mentiras de maluquinhas, revelando um total desconhecimento dos dossiers e um grande desinteresse pepa realidade, preferindo boatos e mentiras? Passos já fez tanta asneira neste dossier, apesar de todas as sondagens lhe sugerirem que tenha juízo e seja mais rigoroso, honesto e competente, que não se compreende esta fixação nos incêndios como se fossem a sua boia de salvação. Passos ainda não percebeu que não há incêndio que o salve.”
Na realidade a argúcia de Passos Coelho - mas o mesmo se passa com Cristas! - não dá para compreender o quanto tem sido estulta a forma de se comportar politicamente. Numa altura em que o otimismo dos portugueses cresceu para níveis nunca vistos - 82% - andarem continuamente a dar da realidade um retrato negativo só jogará continuamente em seu desfavor.


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