Está a terminar a silly season, mas convenhamos que a quantidade de área ardida em Portugal durante os meses de verão tirou-nos grande vontade de rir com as trapalhadas emitidas pelos protagonistas das direitas para nos distraírem. Até porque a indigência de pensamento grassa neles em tal dimensão, que quase chegamos a sentir constrangimento por falta de discernimento, honestidade intelectual e responsabilidade para com o futuro dos portugueses.
Arrumadas as barraquinhas da festa do Avante - ultimo ato de uma rentrée, que teve no Algarve e m Castelo de Vide outros focos de atenção -, a política recomeça a sério com a discussão do próximo Orçamento de Estado. Contando com a postura colaborativa, mesmo que reivindicativa das esquerdas, e a demissão total do principal partido da oposição. Ao contrário do que a pitonisa dominical da SIC pressupõe e o diretor do Público quer corroborar, o Orçamento voltará a construir-se e a aprovar-se sem grandes sobressaltos. O país já se habituou ao ambiente cool, com que vai avançando a mudança definitiva do rumo estabelecido entre 2011 e 2015. Não é a Revolução Socialista, que aterroriza uma conhecida múmia, e que muitos de nós desejaríamos, mas é a que é possível. E António Costa já nos demonstrou o seu enorme talento para nos garantir que, se não nos é possível chegar aos oitentas dos nossos desejos, também nos dista muito dos oito com que as direitas nos pretenderiam conformar.
Avance pois a política a sério para que tenhamos bem mais para comentar e discutir do que as necrofilias de uns e as inabilidades nem sempre desculpáveis de outros.
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