domingo, 3 de setembro de 2017

Um doente em estado terminal

Da Universidade de Verão do PSD não se justificavam grandes expetativas. Se a ideia é formar quadros, para virem sucederem aos atuais, a metodologia deveria ser revista rapidamente, porque convidar para professores quem tanto tem contribuído para que a grupusculização seja forte possibilidade num não muito longínquo futuro, é o mesmo que atentar nas lições de quem mais não merece do que umas ridículas orelhas de burro.
Ideias substantivas foi o que não se conseguiu vislumbrar nos muitos extratos prodigalizados pelas várias televisões sobre o que ia decorrendo em Castelo de Vide. Não se equacionaram as vantagens e desvantagens da social-democracia versus neoliberalismo, passaram ao lado quaisquer abordagens sobre a exequibilidade de uma direita social de acordo com a tradição da democracia cristã ou não se discutiram visões consistentes para a década que se segue.
O que os petizes e as petizas aguentaram foram sucessivos discursos ressabiados, típicos de comícios, mas inapropriados na mais serôdia das Universidades.
Na sua crónica do «Expresso». Pedro Adão e Silva prevê que este é um PSD para se eternizar, com ou sem Passos Coelho. Porque a tese de existir um velho PSD mais centrista e moderado, disposto a recuperar o trilho perdido, é um mito esfarrapado, que não tem por onde se pegar. Por isso será natural que, doravante, abundem propósitos xenófobos e homofóbicos, ataques a tudo quanto cheire a Estado e o cavalgar sobre tudo quanto de mais demagógico puder aproveitar-se para retirar alguns dividendos eleitorais. O futuro previsível é curto, muito curto...

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