Nos últimos dias - desde que a Standard & Poor’s retirou da classificação do lixo da dívida pública nacional - tem sido um ver se te avias: Passos Coelho e Assunção Cristas, acolitados dos opinadores do costume, andam a querer integrar-se à pressa na festa, postando-se como co-organizadores da mesma, e até o inevitável Marcelo Rebelo de Sousa lhes valoriza a intenção.
Para que não fiquem dúvidas vale a pena repetir as vezes, que forem necessárias, qual é a verdade dos factos: Passos Coelho tomou posse como primeiro-ministro do XIX Governo Constitucional em 21 de junho de 2011 e a classificação de lixo adveio seis meses depois, em 13 de janeiro de 2012.
Quando usa o tom patético para “vender” a realidade alternativa em como, com ele, as agências de rating teriam mostrado maior complacência mais cedo, o que pretende esconder é a verdade que fica para a História: ele foi o político, que mereceu de tais agências tal confiança no que andava a fazer, que elas não tiveram qualquer dúvida em apontar-lhe o sítio certo para se acomodar quando o expulsarem de líder do seu partido.
Não tem, entretanto, espantado, que os juros da dívida vão conhecendo substantivos cortes e a governação de António Costa mereça elogios dos mais prestigiados órgãos de comunicação anglo-saxónicos, assumidos porta-vozes do capitalismo. Sobre os quais não temos de tecer quaisquer ilusões: se há característica que os seus defensores possuem de sobra é o desaforo de se colarem a estórias de sucesso na gestão de folhas de excel e tão só sintam nada poderem fazer a curto prazo contra elas, mesmo que ponham em causa os seus mais idolatrados axiomas. De reserva vão contendo os agravos de boca de se verem desmentidos na realidade prática do seu entaipado quotidiano.
Nesta altura Costa e Centeno só têm de ser pragmáticos pondo a render o melhor possível o capital de elogios inerentes aos resultados da sua ação.
Sem comentários:
Enviar um comentário