1. Um dos episódios mais lamentáveis de entre os sucedidos na política nacional desta semana, foi o do pedido de desculpas de Augusto Santos Silva aos parceiros sociais por os ter associado a uma feira de gado, quando conversava com Vieira da Silva.
É que se havia pedido de desculpas a fazer era da TVI, que se armou em coscuvilheira e arranjou um furo com aspeto de vingança contra quem despedira de forma indecente há cerca de dois anos, quando Santos Silva era comentador do seu canal por cabo. Podemos estranhar que, para dar conta da sua ação governativa, ele tenha desde então privilegiado os outros canais?
Não esquecemos a conduta de crápula de Sérgio Figueiredo, quando então considerou motivo de despedimento o comentário de Santos Silva no facebook quanto ao seu sucessivo silenciamento ou mudança de horário a pretexto dos “superiores interesses do futebol”.
Agora, e porque a guerra contra ele já data de então, o diretor de informação da TVI tudo faz para apanhar o ministro em situação comprometedora. O facto de ter colocado clandestinamente um microfone para lhe ouvir as conversas estritamente privadas diz muito sobre a falta de escrúpulos da criatura. Um comportamento de tal jaez pode não ser punível legalmente, mas moralmente é repugnante!
Em nome do direito à privacidade das suas conversas informais com amigos, Santos Silva deveria ter denunciado e condenado a indecente calhandrice de que se viu alvo. Quanto ao que disse ou deixou de dizer, só teria de alegar ninguém ter nada a ver com o que diz ou pensa no recato da sua esfera privada.
2. As direitas vão sendo confrontadas com a incapacidade de formularem políticas alternativas com alguma substância, afundando-se na labiríntica falta de argumentos.
Por seu lado o governo vai somando excelentes indicadores: o aumento de 7% no consumo interno deste período de Natal, mostra que, mesmo com algum atraso, está a verificar-se a alavancagem da atividade económica através da devolução de rendimentos às famílias. Ademais espera-se um défice da ordem dos 2,2% no PIB depois dos excecionais resultados conseguidos com o novo plano de regularização de dívidas ao fisco e à Segurança Social, que renderá quase 1,8 mil milhões de euros, alguns deles já dados como de cobrança mais do que duvidosa.
Pedro Cabrita Reis
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