Há já alguns dias que aqui não se fala da cada vez mais composta galeria de horrores em que se está a converter a equipa de Trump na Casa Branca. Mas tem sido cada tiro cada melro...
Escolhe-se um responsável pela educação? Vai-se buscar quem defende a subsidiação das escolas privadas para os mais abonados e a degradação terceiro-mundista das escolas públicas.
Alguém para o ambiente? Ninguém melhor do que um defensor da inexistência de qualquer nexo entre a atividade humana e o aquecimento global.
Para a pasta do Trabalho, surge um antigo responsável da McDonald’s cujo pensamento profundo sobre o tema é acabar com o já de si insuficiente salário mínimo.
Para a Defesa? Que tal um daqueles doidos a lembrar o militar do filme de Kubrik, que solta a bomba apocalítica e vai nela montado a caminho do alvo?
A radicalidade das escolhas do próximo presidente é tão ostensiva, que será curioso analisar a forma como contra ele irá movimentar-se o coro de protestos, que promete gerar-se a partir do seu primeiro dia de ocupação do Gabinete Oval.
Se o comportamento dos cidadãos tem sido demasiado abúlico nas décadas subsequentes à queda do muro de Berlim - e quando tal não sucedeu, por exemplo com as Primaveras Árabes foi para servirem de idiotas úteis a soluções ainda piores! - justifica-se que a inércia de repouso dê lugar à de um movimento acelerado capaz de virar de pantanas este momentâneo sucesso das extremas-direitas. Entre as quais se conta a francesa, cuja líder anunciou agora a intenção de quebrar uma longa tradição constitucional de garantir um ensino universalmente gratuito a todas as crianças do Hexágono, qualquer que seja a sua origem, etnia, cor ou religião. Algo que consegue ser aberrante, mas rende votos num eleitorado manipulado por campanhas odiosas mas eficazes.
Sem comentários:
Enviar um comentário