sábado, 10 de dezembro de 2016

Uma galeria de horrores cada vez mais completa

Há já alguns dias que aqui não se fala da cada vez mais composta galeria de horrores em que se está a converter a equipa de Trump na Casa Branca. Mas tem sido cada tiro cada melro...
Escolhe-se um responsável pela educação?  Vai-se buscar quem defende a subsidiação das escolas privadas para os mais abonados e a degradação terceiro-mundista das escolas públicas.
Alguém para o ambiente? Ninguém melhor do que um defensor da inexistência de qualquer nexo entre a atividade humana e o aquecimento global.
Para a pasta do Trabalho, surge um antigo responsável da McDonald’s cujo pensamento profundo sobre o tema é acabar com o já de si insuficiente salário mínimo.
Para a Defesa? Que tal um daqueles doidos a lembrar o militar do filme de Kubrik, que solta a bomba apocalítica e vai nela montado a caminho do alvo?
A radicalidade das escolhas do próximo presidente é tão ostensiva, que será curioso analisar a forma como contra ele irá movimentar-se o coro de protestos, que promete gerar-se a partir do seu primeiro dia de ocupação do Gabinete Oval.
Se o comportamento dos cidadãos tem sido demasiado abúlico nas décadas subsequentes à queda do muro de Berlim - e quando tal não sucedeu, por exemplo com as Primaveras Árabes foi para servirem de idiotas úteis a soluções ainda piores! - justifica-se que a inércia de repouso dê lugar à de um movimento acelerado capaz de virar de pantanas este momentâneo sucesso das extremas-direitas. Entre as quais se conta a francesa, cuja líder anunciou agora a intenção de quebrar uma longa tradição constitucional de garantir um ensino universalmente gratuito a todas as crianças do Hexágono, qualquer que seja a sua origem, etnia, cor ou religião. Algo que consegue ser aberrante, mas rende votos num eleitorado manipulado por campanhas odiosas mas eficazes.


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