A entrevista a António Costa na RTP continua a agitar as redes sociais onde lavra justificada, mas impotente, indignação contra a falta de qualidade e de isenção dos jornalistas incumbidos de o questionarem.
Nos tempos do governo de José Sócrates a direita foi assaz bem sucedida quanto à acusação de tentativa de asfixia democrática e de ataques à liberdade de imprensa pelo então governo por, supostamente, ensaiar a compra da TVI.
Como esquecer os aviltantes comportamentos dos merecidamente silenciados Mário Crespo ou Manuela Moura Guedes, cujos conceitos de jornalismo eram similares aos dos criminosos da palavra acoitados na Fox News, ou entre nós, no «Observador»?
O próprio ministério público chegou a ver nos tímidos esforços do antigo primeiro-ministro socialista matéria bastante para adiar por mais algum tempo o inevitável arquivo de tudo quanto diz respeito à Operação Marquês. E, no entanto, não há sobressalto público, nem estruturada manifestação contra tão abjeto condicionamento das consciências com todos os jornais e televisões a soldo dos interesses dos que, politicamente, andam condenados a indigente oposição. A asfixia democrática, a verdadeira, a que silencia quase todas as opiniões oriundas de quem verdadeiramente representa a vontade da maioria dos cidadãos portugueses, é minoritária em tais veículos ativos da desinformação, da moldagem das consciências a interesses outros, que não os seus.
O predomínio quase total das direitas e seus titereiros económicos nos jornais, rádios e televisões é um dos principais óbices a que vivamos efetivamente numa Democracia, já que impera a ditadura das vozes do(s) dono(s)…
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