Uma a uma, as instituições internacionais com que o capitalismo procura condicionar os rumos políticos dos povos, vão dando conta da sua surpresa perante os indicadores económicos e financeiros da governação portuguesa. Desta feita foi o FMI que, em escassas semanas, foi obrigado a reconhecer a incompetência dos seus subirlalls, gaspares Cª.
As previsões para 2016 e 2017 foram revistas em alta e reconheceu-se explicitamente o desajuste das suas propostas - que mantém no essencial, porque pode alguém ser quem não é? - com uma realidade em que as viram totalmente desprezadas. Afinal não foram precisas as tais “reformas estruturais” - eufemismo para elencar a redução dos custos do trabalho, os cortes nas reformas, ou mais “flexibilização” na legislação do trabalho - para que o défice baixasse a níveis históricos e o crescimento em contraciclo com o resto da Europa se concretizasse.
É claro que, comentando o relatório na SIC, o inevitável José Gomes Ferreira atribuiria este sucesso … ao programa de ajustamento imposto pela troika. O que prova uma evidência: se o ridículo mata, leva tempo de mais a produzir o esperado efeito. É que a argumentação do pafista-mor da SIC só encontra despudor semelhante na assumpção de Nuno Crato quanto ao seu papel determinante nos resultados da sua bolorenta gestão educativa na evolução do país no recente relatório Pisa.
Esta é a estratégia que resta a quem outros argumentos não tem: atribuir ao governo anterior a razão dos sucessos com este constatados.
Será que se conseguirá manter esta farsa por muito tempo? Não serão os seus autores definitivamente confrontados com a sua desonestidade intelectual de forma a verem-se como vozes cada vez mais enfraquecidas a clamarem no meio de árido deserto?
Somos muitos os milhares os que se insurgem nas redes sociais contra estes meliantes da palavra. Um esforço a prosseguir sem tréguas, porque a capacidade de desinformação de tal gente é inesgotável tão-só continuem a receber as lentilhas de quem deles se serve como altifalantes.
Armando Alves
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