“Temos hoje de voltar a empunhar bandeiras que pensávamos arrumadas para sempre.”
O texto de José Vítor Malheiros, hoje inserido no «Público», traz-nos a evidência de uma conclusão, que os regimes a leste (Hungria, Polónia, Rep. Checa) já nos haviam incutido, mas as recentes eleições ou referendos nos Estados Unidos ou no Reino Unido só confirmaram. Os que nos antecederam nas lutas por um mundo melhor andaram a defender os valores republicanos de respeito pelo outro, que este milénio tem visto subvertidos e reduzidos a indignas caricaturas.
À conta da ligeireza com que deixámos associar as nossas ideias a aplicações defeituosas, se não mesmo criminosas, por regimes supostamente nelas fundamentados, perdemos as palavras de ordem e as propostas atualizadas do seu sentido de futuro. Andámos a permitir que ser-se “socialista” quase se torne um crime e “social-democrata” assim uma coisa mais fofinha quase idêntica ao “social-liberal”, que significou a desregulação dos mercados e a liberdade para despedir, precarizar e pagar miseravelmente aos novos danados da terra.
Justifica-se, pois, o que JVM propõe: temos de resgatar dos sótãos e arrecadações as bandeiras, que já julgávamos sem grande préstimo. É que são elas a permitirem reabrir os caminhos, que transformaram em momentâneos becos...
Mark Rothko
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