Se quanto à Dinamarca as coisas não serão tanto assim - apesar da relevância também aí ganha pelas ideias xenófobas - a célebre expressão de «Hamlet» sobre a existência de algo de podre, justifica-se plenamente quando falamos do maior partido da oposição.
Começa a ser cruel a contínua exposição dada pelas televisões às iniciativas em que Passos Coelho discursa para gente ensimesmada. O que os donos e as direções das televisões ainda não compreenderam é o quanto Passos se vai afundando, transformando-se numa caricatura daquilo que foi. Se dantes cada aparição pública significava tragédia para muitos (os reformados, os funcionários públicos, os jovens convidados a emigrar, etc.) agora mais não é do que grotesca farsa.
E se os mesmos donos e diretores da imprensa pretendiam ter em Rui Rio a alternativa para porem fim ao suplício de se verem em conjuntura com que tanto antipatizam, o tiro sai-lhes pela culatra: a proposta de um novo imposto para pagarmos mais aceleradamente a dívida pública caiu que nem uma bomba levando os próprios pêpêdês a rechaçá-la.
Razão tinha João Semedo quando, na sua crónica da semana passada na revista «Visão» constatava: “os partidos de direita estão em crise, a oposição transferiu-se para os comentadores e para os líderes das associações patronais. Nunca como hoje foi tão contrastante o que mostram as sondagens e os indicadores e o que dizem os comentadores e os patrões sobre o estado do país.”
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