Desde que maria luís albuquerque disse, preto no branco, o que já se sabia estar na cabeça dos ideólogos da coligação no poder - era verdadeiramente um segredo de polichinelo - os cerca de 2,5 milhões de reformados e pensionistas ficaram sem qualquer dúvida quanto ao que lhes sucederá após as próximas eleições: ganhasse a direita e veriam os seus rendimentos reduzidos, ganhe o Partido Socialista e eles serão mantidos e sustidos em novas formas de financiamento da Segurança Social. Nomeadamente através do crescimento do emprego, que o novo governo promoverá com medidas ativas de dinamização da economia, tal qual estão bem discriminadas no programa eleitoral recentemente apresentado.
Mas não se dá ênfase suficiente a uma evidência que a deputada bloquista Mariana Mortágua realçou esta semana num artigo para o «Jornal de Notícias»: quando chegou ao governo, passos coelho encontrou uma Segurança Social sem problemas de sustentabilidade graças à reforma preparada pelo ministério que a tutelava durante o governo de José Sócrates e era liderado por Vieira da Silva. Recordemos que várias entidades internacionais elogiaram nessa altura a qualidade e o arrojo da transformação operada e passível até de ser replicada noutros países a braços com o mesmo desafio.
Mas Mariana Mortágua vai mais longe: “até 2012 a Segurança Social teve saldo positivo durante 11 anos seguidos e contribuiu para o equilíbrio orçamental do Estado. O "buraco" nas contas das pensões foi o Governo que o criou com a destruição de quase meio milhão de postos de trabalho, a emigração de outros tantos e a quebra nos salários. (...)
E para disfarçar a asneira não têm qualquer pejo em cortar direitos, nem mesmo o mais básico, como a garantia que todo o trabalhador receberá no futuro a pensão para a qual descontou e nem um tostão a menos.”
Se passos coelho e a sua ministra das finanças andam alarmados com o estado de degradação a que chegaram as contas da Segurança Social só têm de se culpar exclusivamente a si mesmos. Neste caso em concreto imitam os miúdos que fazem bostada e, depois, suplicam por que outros os venham ajudar a fim de dividirem as culpas que são suas. É por isso, que estão condenados a falar sozinhos…
Mas não os podemos cingir a essa lamúria permanente: até ao dia das eleições temos de combater a berraria a que eles recorrem nos media com outra, ainda mais audível, em que fique bem denunciada a fraude contida nos seus propósitos.
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