quinta-feira, 21 de maio de 2015

Quando as sondagens revelam mais do que nos querem fazer crer

Não deixa de ser “curiosa” a forma como o «Expresso» anda a desperdiçar as sondagens, que vem publicando. De facto, ora os trabalhos da Eurosondagem são remetidos para uma página interior, quando revelam, sobretudo, um alargamento da diferença entre o Partido Socialista e a coligação da direita, ora deles se realça o seu lado mais previsível, e menos relevante, como sucedeu hoje na sua edição diária.
Desta vez o painel dos inquiridos tinha de responder a três questões: naquela que martim silva escolheu como a mais importante do ponto de vista jornalístico, chamando-a à primeira página, perguntava-se se se acreditava nas promessas do PS quanto à possibilidade de descida de impostos.
Tendo em conta o sucedido nos últimos anos, sobretudo com a distância entre o que passos coelho prometeu na campanha eleitoral e depois desmentiu na prática, como será natural que a maioria dos portugueses reaja? Que continuem a passar cartas em branco a quem vier a governar? Ou a colocarem-se na posição de ver para crer?
Quando martim silva tenta desviar para esta «não notícia» o significado das respostas às duas outras questões sabe muito bem o que está a fazer: é que 51% dos inquiridos aplaude o plano macroeconómico do PS (contra 26, que o deprecia) e os valores são quase idênticos quanto ao facto de, ao programa do PS, a coligação ainda nada ter dito sobre o que quer fazer.
As semanas estão a passar e a direita anda num labirinto sem saída à vista, porque nada tem a dizer aos portugueses, que estes não saibam bem demais.  Porque o têm sentido na pele ao longo destes quatro anos. O que leva Ricardo Costa a constatar que “ninguém ganha eleições com um discurso defensivo” como tem sido o do (ainda) governo. Ou António José Teixeira constata, igualmente, que “a atual maioria está demasiado satisfeita consigo própria, convencida de que bastará lembrar ao eleitorado que Portugal já esteve pior.  Por enquanto, está falha de convicção quanto ao futuro. Pior, ainda não tem programa para justificar uma nova legislatura.”
Embora no espaço mediático ninguém aposte numa vitória por maioria absoluta, eu ainda não vejo razões para dela descrer, quando o panorama é este a menos de cinco meses da prometida mudança...

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