É claro que já tudo foi dito sobre os arrufos conjugais entre portas e passos. Mas mais do que as vicissitudes dessa amizade colorida, vai-se confirmando quanto aqui tenho dito: é só dar tempo ao tempo, que tão maviosa união arrisca-se a redundar num divórcio tão fragoroso quanto o de marcelo rebelo de sousa e o mesmo portas há uns anos, com vychissoise à mistura.
É por isso que a intenção de cavaco em prolongar o término do mandato governamental a lembrar aqueles árbitros, que prolongam indefinidamente um jogo na esperança de verem o resultado mais a seu contento, se arrisca a frustrar-se: depois dos elogios a dias loureiro na semana passada e os incómodos do largo do caldas com a biografia de passos coelho, é a própria direita quem vai-se encarregando de empurrar o Partido Socialista para a maioria absoluta. É só uma questão de António Costa mostrar maior comedimento com os sms, que envia, objeto de exploração depreciativa por quem lhe quer obstaculizar a dinâmica de vitória.
Ontem também ficámos a saber que cavaco só contará os episódios rocambolescos da demissão pouco irrevogável de portas em 2013, quando puser o seu «noir» a escrever-lhe as memórias.
Por mim já enviei um mail ao meu livreiro para que não me guarde nenhum exemplar, quando ele sair. Até porque já adivinho o que lá vem: perante a copiosa derrota da direita em outubro, o filho do gasolineiro de Boliqueime lá se carpirá por, apesar de não confiar absolutamente nada nos seus pupilos, os ter conservado no poder apenas por pensar no “superior interesse do país”, para ele indissoluvelmente interligado com o interesse dos seus credores.
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