No «Jornal da Noite» da SIC Clara de Sousa começou por abordar a declaração da ministra das finanças a respeito do que pensa fazer futuramente com as pensões de reforma.
O ministro da lambreta procurou apagar o fogo entretanto ateado, e o marco antónio de Vila Nova de Gaia secundou-o. Mas como negar o que foi dito tão preto no branco? Como evitar que, de norte a sul do país, os milhões de reformados e pensionistas estejam bastante cientes de não irem votar em quem lhes promete mais pobreza?
Restava uma solução para o serviço noticioso da SIC: juntar o PS no mesmo rol, com a ajuda dos líderes da CGTP e da UGT assegurando a josé gomes ferreira a estocada final. E ela foi mais ou menos assim: pode ser verdade que maria luís queira cortar nas pensões, mas António Costa irá lá chegar por outro caminho, o de cortar verbas à Segurança Social, mediante a redução da TSU de quem trabalha. Que poderia significar a sua bancarrota.
Dito com a habitual prosápia do comentador da estação para assuntos económicos, a esperança de quem comanda a estratégia comunicacional da direita terá residido em que muitos dos reformados coloquem a direita e o PS no mesmo nível da balança, e acabem por se deixar iludir por algumas mentiras repetidamente difundidas. Em suma. uma tentativa de querer passar a imagem de “eles são todos iguais!” e por isso poderá valer a pena manter quem já está com o “pote”.
E embora o “especialista” da SIC goste de puxar os galões quanto aos seus conhecimentos de Economia - na qual nem sequer se formou! - “esqueceu-se” propositadamente de um dos argumentos mais sólidos da equipa de economistas para justificar a bondade da sua proposta: com mais rendimento disponível os que trabalham assegurarão maior consumo interno que, alavancado, aumentará o número de empregados.
A assim acontecer são mais descontos que chegam à Segurança Social, quer pela TSU desses novos empregados, quer também pela TSU de quem os contratar!
Difícil de entender? Claro que não! Mas para a vigarice intelectual, que anda de rédea solta na redação do canal de pinto balsemão, omitir a explicação será uma boa forma de criar a confusão entre o que de inaceitável há nas intenções de maria luís e aquilo que o estudo macroeconómico encomendado pelo PS não diz.
Razão tem, pois, António Costa quando afirmou este fim-de-semana que “todos os dias há uma espécie de concurso dos ministros a criticar o programa do PS, [mas] em vez de se concentrarem tanto a criticar o programa do PS, era fazerem a sua primeira missão, que é governar, e apresentar um programa para o futuro do país”.
O problema é que, de passos coelho ao seu mais anónimo subordinado, quando a direita fala do que quer para a próxima legislatura, desmascara-se nas suas intenções. E, no caso da Segurança Social, bem lembrou João Galamba que, depois de o atual governo ter causado o «maior rombo» no setor ao destruir emprego e cortar pensões, não tem qualquer autoridade para sequer ajuizar as propostas socialistas.
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