quinta-feira, 1 de agosto de 2019

A perfídia dos que já sabíamos cobardes


Se cá nevasse fazia-se cá ski. O velho êxito pop merece ser lembrado a propósito da notícia de capa do «Público», que pretende assacar culpas ao governo por ter renegociado a continuidade da coleção Berardo até 2022 com o agora diabolizado comendador.
Vamos lá a ver se nos entendemos: nessa altura, se a permanência da coleção em Belém não fosse assegurada logo cresceria a gritaria contra o governo - ainda no primeiro ano de vigência da legislatura -  por crime lesa cultura ao possibilitar que as obras voassem para outros destinos.
Pior ainda: alguém dentro da Caixa Geral de Depósitos, e provavelmente ligado à então frustrada equipa de António Domingues, trouxe esta «caixa» para a comunicação social, dando mais uma oportunidade para a cortina de fumo com que esta procura esconder a vertente muito positiva da governação avançando sucessivas «estórias» mal contadas. Porque, na realidade, os bancos sempre estiveram em condições de confrontar Berardo com as suas dívidas, mas só decidiram acionar os tão publicitados arrestos depois dele se ter desmascarado na Comissão Parlamentar, aproveitando a oportunidade de o ver fragilizado na opinião pública.
É muito fácil aos cobardes mostrarem-se valentes, quando têm o adversário prostrado no chão. Teríamos gostado era de os ver a enfrentar os que julgavam poderosos, quando eles passeavam a arrogância pelos sítios fotografados para as revistas de economia ou cor-de-rosa. Que agora acrescentem à cobardia a perfídia de somarem falsos argumentos antigoverno aos que outros, igualmente, se esforçam por apresentar, só os denuncia como motivados por interesses, que nada têm a ver com os interesses dos portugueses.

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