(De)formado recentemente no mester de advogado, e nunca tendo revelado outros, que não ambíguos dotes nos afazeres anteriores, Pardal Henriques vai acumulando derrotas em sucessivos tribunais e agita-se freneticamente para mostrar que ainda não está morto do ponto de vista político, social e, inclusivamente, judicial. Lembra a fábula do sapo decidido a tornar-se tão imponente como um touro acabando por rebentar quando nem de perto se assemelhara ao almejado modelo.
Por estupidez ou inocência os que nele confiaram deixam-se arrastar para o abismo para onde os impele a seguirem-no. Se em abril conseguiu vistoso fogacho de estrela cadente, este querido mês de agosto vai deixá-lo esturricado no deserto árido em que tombará. Porque o governo já lhe deu o merecido troco: a partir de segunda-feira os piquetes bem poderão latir que os portugueses lhes irão passar ao largo. E, se em desespero de causa, partirem para a arruaça, bem podem contar com umas boas arrochadas nos lombos, que servirá para atinarem e ganharem alguma lucidez.
Alguma razão terá o «Público» para pôr na primeira página a preocupação de Marcelo em ver facilitada a maioria absoluta do Partido Socialista com esta competente afirmação da autoridade do Estado contra uns quantos desordeiros. É que o eleitorado que, para o bem e para o mal, se caracteriza pelos brandos costumes, detesta perturbações deste tipo e aprecia quem lhas evita.
Se o objetivo dos que se acoitam por trás de Pardal Henriques era o de se substituírem aos incendiários dos anos anteriores neste verão pouco propício a grandes sinistros, o tiro está-lhes a sair pela culatra. Compreende-se assim o silêncio ou mesmo a colagem do CDS ao governo, mostrando mais inteligência tática do que Rui Rio, sempre disposto a dar tiros nos pés. E se Catarina Martins já iniciou o recuo às quatro rodas na tentação de dar razão a quem a não tem, quer ela, quer os comunistas, quer a CGTP tardam em denunciar um atentado inorgânico, que só dará razão aos que pretendam coartar ainda mais os direitos dos trabalhadores. Porque a perversão de recorrer a esses direitos contra os interesses coletivos só justificará que eles venham a ser limitados para não causarem maiores males do que benefícios.
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