quinta-feira, 1 de agosto de 2019

A injustificada relevância dos falsos moralistas


Pacheco Pereira continua a manter a sinecura no programa feito a meias com Jorge Coelho, Lobo Xavier e Carlos Andrade dele se servindo, amiúde, para dar a sua versão muito peculiar da vida interior do Partido Socialista reiterando o incurável ódio de estimação por José Sócrates.
Para ele só o PS tem telhados de vidro, porque ignora todos quantos foram sendo conhecidos no seu PSD ou no CDS, mesmo que esquecidos pela parcialíssima Justiça. Por isso, muito apropriadamente, Valupi escreveu no Blog Aspirina B, que “a indústria da calúnia precisa de “moralistas” como o Pacheco, alguém que passou pelo Cavaquismo só para desenvolver teorias acerca da corrupção dos socialistas. Daí nunca ter partilhado connosco a logística do Cavaquistão de que foi cúmplice nesse tempo em que o Estado era 100 vezes mais fraco para sequer detetar a alta corrupção, quanto mais combatê-la e puni-la, do que ficou após as mudanças legislativas precisamente protagonizadas pelo PS e por Sócrates.
Os problemas de Carlos Alexandre com a sua hierarquia poderia levar-nos a pensar, que algo estaria a mudar no mundo da Justiça em Portugal. Seria vã ilusão, porque se os pares preparam-se para avançar com o processo disciplinar contra o pseudo-justiceiro de Mação não é por tudo quanto prevaricou enquanto titulava o processo relacionado com o antigo primeiro-ministro socialista, mas por pôr em causa os mecanismos corporativos da sua classe. E os distintos juízes do Supremo não perdoam a quem ponha em causa os seus mecanismos internos de decisão. É caso para dizer que, neste caso, e se existisse, Ele estaria a escrever direito por linhas tortas...
O mesmo assunto merece a Pedro Bacelar de Vasconcelos um alerta no «JN» tendo em conta a constante intromissão do Ministério Público na independência dos outros poderes constitucionais, como se só a ele coubesse a razão sobre o que no país se vai passando. Escreve o reputado constitucionalista: há que reconhecer a persistência entre os magistrados judiciais e do Ministério Público de uma cultura obsoleta, alheia ao fenómeno da normalização da interferência judicial em áreas que outrora constituíam domínio exclusivo do poder político e da administração pública. Nenhum setor relevante da vida social escapa hoje ao escrutínio da justiça. Por isso mesmo, a sua independência e autonomia têm agora de ser garantidas não só contra o poder político e os grupos económicos, como no passado, mas também contra as suas próprias organizações sindicais e inevitáveis tentações corporativas. Com efeito, a independência dos tribunais não é uma prerrogativa dos magistrados. É um princípio fundamental do Estado de direito.”

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