quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Após a jactância inicial o pardal virou patético!


Nos últimos dias apareceram cogitações nas redes sociais sobre a hipótese do pardal ter por trás o sinistro Steve Bannon cujo propósito desestabilizador das democracias europeias é bem conhecido. A demonstração fica por fazer mas, como dizem os italianos, se não é verdade, é bem esgalhado. Porque, de facto, existe uma estratégia das extremas-direitas internacionais, decididas a tornarem Portugal seu alvo potencial. O professor Boaventura Sousa Santos denunciou-o num artigo de referência na semana passada e não terá sido propriamente um acaso que neofascistas de vários países tenham escolhido o nosso país para se reunirem no sábado transato.
Ao quarto dia de greve pode-se dizer que as assombrações televisivas do pardal mudaram de tom: onde antes imperava a jactância de quem se julgava dono e senhor da situação, revela-se agora a patética impotência de quem sente a iminência de se ver atropelado por circunstâncias fora do seu controle. Nos piquetes a confissão de desalento e cansaço instala-se, as deserções crescem perante o receio de complicações judiciais, cobiça-se o acordo conseguido por colegas abrangidos por outros sindicatos e ouve-se Pedro Nuno Santos declarar que «o tempo da greve terminou!».
Como qualquer rio quase a secar teremos a arruaça desta tarde. O pardal tentará arregimentar o maior número de indefetíveis para o acompanharem à porta do ministério, que se manterá fechada como revelação da indiferença, que os seus derradeiros estertores suscitarão. E quantos grevistas arriscarão prosseguir na absurda luta a partir de amanhã?
Talvez alguns dos notórios comentadores das direitas televisivas (José Gomes Ferreira e outros que tal) voltem então a dar sinais de si depois de tão súbito eclipse, que até possibilitou o recurso a quem raramente vemos solicitados para tal função. Foi grande a expetativa de ser esta a derradeira possibilidade para atrapalhar o resultado eleitoral do Partido Socialista em outubro e o desiderato tende-os a frustrar clamorosamente. É claro que virão lamentar, vezes sem conta, os dividendos ganhos pelo governo com a derrota dos grevistas, mas não podem contar com lideranças credíveis no seu lado da trincheira para que possam sugerir alternativa credível a António Costa. Perante a possibilidade de uma grave crise para o país Assunção Cristas faz-se fotografar na praia. Rui Rio desapareceu e empurrou para frente dos microfones um atabalhoado David Justino e Catarina Martins deu passos em falso, que lhe sairão certamente caros. Sobra o Partido Comunista que, através da Fectrans, demonstrou a superioridade do sindicalismo sério e responsável, capaz de negociar e de conseguir resultados para os seus associados. Confirmou-se quem continua a ser o parceiro mais fiável (Mário Nogueira à parte!) para que prossiga o esforço coletivo que, face aos indicadores de crescimento económico ontem conhecidos, permita aos portugueses a efetiva melhoria de qualidade de vida nos anos vindouros.

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