segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Para acabar de uma vez por todas com a Quercus, a DECO e outras coisas que tais


Para muita gente este texto violará a sua noção de politicamente correto, mas helas é assim que sou e não é nesta altura da vida que irei mudar: tenho uma profunda antipatia pelas organizações e associações ditas representativas da sociedade civil e às quais ninguém mandatou realmente para defenderem os interesses de que se invocam promotores.
A DECO iludiu-me há muitos anos - quão jovem e inocente era então! - mas dela prontamente saí convencido da sua inocuidade quanto à suposta defesa dos consumidores.
A Associação da Transparência, absurdamente muito requisitada pelas televisões para pronunciar-se sobre supostos negócios menos claros dos poderes públicos, é o paradigma do tipo de movimentos criados para, invocando argumentos demagógicos, brigarem um lugarzito de deputado para os seus responsáveis. Com ou sem Paulo Morais a servir-lhe de porta-voz, parece requisito fundamental para tal cargo o de se apresentar mediaticamente com aspeto de sacristão obstipado.
Mas, em antiguidade e reiterado dano ao interesse coletivo, persiste essa coisa abstrusa chamada Quercus. Diz defender a natureza e apenas serve como força de bloqueio para investimentos urgentes e de inegável interesse público. Depois de ter engrossado a contestação à necessidade de um novo aeroporto para a capital, eis a referida organização a querer travar a adaptação da base militar do Montijo apesar de constituir a única alternativa viável para aliviar a Portela da sua óbvia sobrecarga.
Queira o governo avançar para a exploração de novos recursos hídricos na forma de barragens, que reduzam a importação de hidrocarbonetos para as centrais termoelétricas, e lá está a Quercus no seu histérico alarido em defesa de qualquer minhoca em vias de extinção. E é o mesmo bruaá, que se lhe ouve a propósito da exploração mineira de lítio em Portugal, iludindo as populações com os nefastos efeitos ambientais de tal atividade.
Há umas semanas, quando quis opor-se à Huawei, proibindo as grandes empresas americanas de com ela continuarem a trabalhar, Trump teve de descer à Terra, porque de repente foi confrontado com o facto de, relativamente às terras raras, só os chineses deterem toda a respetiva cadeia de produção, desde a extração até à transformação destinada à utilização nos smartphones  e outros equipamentos informáticos. Xi Jinping só teve de acenar com o boicote da imprescindível matéria-prima para que a Google, a Microsoft ou a Apple levassem o pato-bravo da Casa Branca a arrepiar caminho. Ficava assim demonstrada a importância dos recursos minerais como argumento geoestratégico para a afirmação de um país face aos abusos imperialistas.
Acontece que Portugal pode ter a possibilidade de imitar os chineses na exploração do lítio existente no subsolo e que poderá contribuir seriamente para a descarbonização das nossas sociedades desenvolvidas. Assim o defende a União Europeia, que considera essencial a crescente utilização do lítio como resposta ao aquecimento global. E lá está, uma vez mais, a Quercus a organizar campanhas de desinformação, que iludam aqueles que, por estarem na primeira linha dessa eventual nova atividade económica, poderão vir a ser dela os primeiros beneficiados.
Quando se trata a Quercus e organizações similares como aquilo que verdadeiramente são: autênticos sabotadores dos interesses coletivos?

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