domingo, 25 de agosto de 2019

O merecido crepúsculo dos seguidores de um deus menor


Andávamos tão descansados com a reduzida poluição sonora proveniente de Assunção Cristas - há muitas semanas desaparecida em combates, que só ela sabe quais são! -, quando um despacho do Ministério da Educação, criado para acautelar duzentas crianças transgénero do bullying  e de outras manifestações de preconceito, agitou os inquilinos do Largo do Caldas finalmente entusiasmados por terem suposta coisa substantiva a apontar contra o governo. A fanática cruzada depressa se organizou na expetativa de resgatar a posse do Templo da “Democracia” aos detestados hereges socialistas.
A argumentação não terá sido fácil de elaborar mas, com a ajuda de desonesta truncagem do despacho governamental, até se arranjou texto para uma petição que dá a entender a iminente transformação das casas de banho escolares em promíscuos espaços mistos. E acrescentaram a superlativa demonstração da beatice ao invocarem Deus como criador exclusivo de homens e mulheres, transformando todos os casos não enquadráveis na sua quadrada formatação de pensamento em diabólicas aberrações.
Incapaz de apresentar propostas merecedoras de crédito num eleitorado, que tende a desprezá-lo, o CDS apressa-se a cooptar as mais desprezíveis táticas e conceções ultraconservadoras, despindo a capa centrista em que nunca se incluiu, mas se quis disfarçar, porventura julgando ter futuro na imitação dos Orbans, Salvinis ou Kaczyńskis.
Merecidamente está fadado para voltar a ser o partido do táxi.

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