No século XIX era comum ver os jovens europeus a demandarem a Itália para cumprirem um percurso iniciático, que os traria de volta mais sábios e maduros.
Boris Johnson decidiu dar uma volta pelo que ainda constitui o Reino Unido e dificilmente recolherá os benefícios desse exemplo do passado. Na Escócia ouviu a primeira-ministra dizer-lhe que um brexit sem acordo equivalerá a novo referendo para suscitar a almejada independência. Na Irlanda avisaram-no que nem pensasse em repor as fronteiras com o vizinho do sul. E no País de Gales garantiram-lhe que não eram tolos para se deixarem enganar com o dinheiro, que ele lhes prometia.
Vai ser um interessante caso de estudo acompanhar os percalços de Boris enquanto não for corrido de Downing Street. Por muito que confie no pensamento mágico, ele sai-lhe serôdio, sem brilho. Embora não seja de excluir que, face à possibilidade de se ver merecidamente humilhado, o vejamos subitamente conquistado para a ideia de infletir 180º no que vem defendendo. Quem lhe conhece o carácter (ou a sua falta!) sabe que não seria a primeira vez, nem provavelmente a última, em que daria o dito pelo não dito...
Fica por esclarecer que ganharíamos alguma coisa com essa permanente vocação inglesa para, associada a polacos, húngaros e outros que tais, estilhaçarem o que a União Europeia poderia ser no que melhor representassem os seus ideais democráticos.
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