Eis-nos chegados à época dos pirómanos, que não são apenas os que ateiam incêndios em sítios em que os eucaliptos servem de rápido rastilho, mas também os opinadores televisivos estimulados pelos locutores de serviço sempre apostados em direcionar para o governo as culpas, que sabem bem caber a outrem. Mormente a esses autarcas, como os de Vila de Rei e Mação, que têm dado sobejas mostras de incompetência na boa gestão dos respetivos territórios e depois se queixam de falta de meios, de inexistência de políticas governamentais, embora o país tenha consciência dos grandes investimentos feitos nos últimos anos quer em equipamentos, quer em recursos humanos. Se acaso fosse munícipe nesses dois concelhos perguntar-me-ia inevitavelmente se tem valido a pena dar maiorias absolutas aos políticos do PSD, incontornáveis responsáveis pelos sobressaltos de todos os verões.
Ao contrário dos urubus, que sobrevoam os acontecimentos de cada dia para procurarem forma de beliscarem o enorme apoio dos portugueses aos partidos da atual maioria parlamentar, confio que esses meios bastarão para evitar os cenários terríveis de dois anos atrás. E até talvez se continuem a verificar ocorrências nos sítios em que os autarcas de direita preferem falar demais contra o governo e fazer de menos pelas suas populações.
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