terça-feira, 2 de julho de 2019

Quando as greves apenas visam objetivos políticos


A greve dos médicos e enfermeiros, que anda a abrir os telejornais, tem claros intuitos políticos como facilmente se depreendem das palavras dos seus promotores a quem tem sido dado excessivo tempo de antena, alguns deles com conhecida militância nos partidos das direitas.
Uma vez mais o sindicalismo surge pervertido nos seus princípios e valores, porque utilizado como hábil ferramenta ao serviço de quem apenas pretende defender os seus interesses egoístas (os grupos privados de saúde, os interesses corporativos de uns quantos) e, sobretudo, políticos por ser essa a principal motivação dos que, a pretexto de uma degradação continuada do SNS durante os quatro anos do governo anterior, impõem ao atual os custos escassamente cobrados a quem tudo fez para dar plena consagração ao princípio enunciado há muitos anos por um conhecido fundador do PSD segundo o qual quem quisesse saúde deveria pagá-la.
Durante a vigência do governo de Passos Coelho e Paulo Portas foram drasticamente reduzidos os valores pagos aos médicos pelas horas extraordinárias, criaram-se sobretaxas, que lhes reduziram os vencimentos, aumentou-se o horário de trabalho de 35 para 40 horas extraordinárias e os médicos de família viram-se responsáveis por 1900 pacientes em vez dos anteriores 1500. Ademais o período dedicado às urgências passou de 12 para 18 horas semanais.
A toda esta realidade os sindicatos e as ordens dos médicos e enfermeiros reagiram com esclarecedora passividade: durante todo o ano de 2015 as ausências por greve totalizaram 38 mil horas.  Ora, até Maio, esse número já supera os 72 mil, sendo crível que atinja valores muito superiores. E isto apesar do reinvestimento na Saúde, que o governo tem feito nestes quatro anos, quer em número de profissionais, quer em recuperação de rendimentos, quer nos horários de trabalho.
Os promotores das greves desta semana sabem que o tempo corre contra eles assim se cumpra a intenção dos partidos das esquerdas em prosseguirem o esforço de dotarem os portugueses de  um Serviço Nacional de Saúde, tal qual foi projetado pelos que o conceberam e fizeram aprovar. E tudo farão, sobretudo greves, para que esse objetivo nunca venha a ser alcançado...

Sem comentários:

Enviar um comentário