domingo, 28 de julho de 2019

À primeira muitos caem, à segunda só os tolos


Até admito que possa haver algo de incorreto - ainda que aposte em nada de ilegal! - na história das golas com produtos inflamáveis. Um acessório, que custa pouco mais de um euro não pode equiparar-se ao que, para fins semelhantes, custa cinquenta vezes mais. Mas acaso as populações as utilizassem, crendo-se protegidas, e continuassem vestidas com roupa inflamável - que é quase toda a comercializada! - não estariam melhor poupadas aos efeitos de um incêndio. Eis um exemplo explicito como uma notícia, que não chega a ser fake no conteúdo, o é na sua substância mais relevante.
Não deixa de ser elucidativo, que a comunicação social faça do assunto matéria privilegiada de abertura de telejornais e, pior ainda, que gente com dois dedos de testa lhe dê tal importância. Nesse sentido este episódio lembra a mesma técnica de alienação dos eleitores utilizada pelos mesmos círculos conspirativos que, há quatro anos, fizeram um banzé com uns cartazes onde, supostamente, apareciam pessoas, depois histericamente desagradadas por lhes terem utilizado a imagem para um objetivo, que não tinham cuidado de indagar quando as haviam convidado a posar para neles figurarem.
A estratégia repete-se: as direitas agarrarão em todos os assuntos, por mais ridículos que sejam, para evitarem a anunciada derrota vexatória de outubro. Creem porventura que, a exemplo do sucedido então, conseguirão minimizar a merecida penalização a que se sujeitarão.
Há quatro anos houve muitos que se iludiram e deram votos a Passos Coelho, que tanto se esforçara por lhes infernizar a vida nos quatro anos anteriores. É tempo de se lembrarem que, à primeira, muitos caem nas trapaças, mas à segunda só os tolos se deixam iludir.

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