quarta-feira, 10 de julho de 2019

Debates e pensamentos mágicos


O último debate sobre o Estado da Nação foi morno apesar das surpreendentes intervenções dos deputados do PSD, que revelaram um desespero próximo do patético, sobretudo quando Fernando Negrão prognosticou um resultado eleitoral nem sequer justificável pelo seu wishful thinking. Mais juízo revelou Assunção Cristas a quem a derrota nas eleições europeias conferiu humilde sensatez. Não fosse a brilhante intervenção de Rocha Andrade e as várias bancadas arriscavam a deixar-se levar por irreversível torpor.
Pouco fica por dizer perante a repetição por António Costa da conhecida fórmula de César (não o Carlos, mas o outro, o imperador romano!) - veni, vidi, vici. Melhor vale olhar para a próxima legislatura e o quanto ela parece prometedora para o governo, tenha ele apoio parlamentar mais alargado ou não: com a receção dos encomendados barcos para as carreiras entre Lisboa e a Margem Sul e dos comboios para a CP, para além dos novos hospitais e de todas as demais medidas tomadas para a melhoria da ampla maioria dos portugueses, que restará aos partidos da direita para minimizarem as feridas, que se vejam obrigados a lamber? Poderão apostar nos meios de comunicação social favoráveis e com os falsos sindicalistas, que multipliquem greves sem razão, mas estes quatro anos bastaram para concluir que, mesmo perante uma imprensa ferozmente desafeta, o governo superou todas as mentiras e manigâncias contra ele arquitetadas e soube esperar pelo cansaço de muitos desses «defensores» das respetivas classes que, dificilmente, conseguirão mantê-las mobilizadas perante o insucesso das suas sucessivas «lutas».
Se não gosto de dar razão a Marcelo no que quer que seja, abro a exceção para a sua previsão quanto a uma longa travessia no deserto pelos que são os seus parceiros de trincheira...
E ainda bem que assim será! Sem pensamentos mágicos à mistura!!!

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